O presidente da Câmara de Mauá, Rogério Santana (PT), idealiza proposta que cria a sessão itinerante, obrigando que, ao menos quatro vezes por ano, os vereadores deixem seus gabinetes para atuarem literalmente mais próximos da população, nos bairros. A ideia ainda não foi passada ao papel, mas já conta com a simpatia dos colegas de Casa.

A iniciativa foi revelada de forma breve ao término da sessão ordinária da terça-feira, com o plenário já esvaziado. Segundo o petista, a proposta vem sendo maturada desde o ano passado. Desde então, promove reuniões periódicas com a direção-geral da Câmara e com a chefia de gabinete da presidência para debater o assunto, que está próximo de ser transformado em propositura.

A intenção de Rogério é apresentar projeto de resolução ou proposta de emenda à revisão da LOM (Lei Orgânica do Município), que será apreciada em definitivo pelo Legislativo no dia 14. A princípio, a sessão itinerante não terá caráter ordinário, de votação de proposituras, como as plenárias na Casa. Mas seriam exploradas para informar a sociedade do papel da Câmara e do vereador, além de registrar as reivindicações dos moradores. Uma espécie de audiência pública.

"As reclamações podem gerar indicações, requerimentos e até projetos de lei nossos", projeta o presidente da Câmara. Rogério Santana pretende expor a proposta a todos os pares nesta semana. "Tomarei os cuidados para obter consenso (pela aprovação da peça), mas estou com muita disposição de apresentar a ideia já como emenda à Lei Orgânica."

NO FIM DE SEMANA NÃO

O petista admite ainda não possuir clareza sobre alguns pontos, como os dias e horários em que as sessões seriam promovidas. Mas, se quiser o consenso, terá de determinar que seja no meio de semana. "Para mim seria um sofrimento aos fim de semana pelos compromissos que tenho com a igreja", alerta Pastor Altino Moreira (PRB).

Apesar da pendência, o republicano se diz simpático à ideia. "Nunca pensei ou ouvi falar sobre isso, mas vejo com bons olhos. Temos de estar ao lado do povo", aprova, ao salientar que os vereadores "têm o privilégio de ter mais acesso às autoridades", o que facilita o encaminhamento de reivindicações das comunidades ao Executivo.

Além de apoiar a iniciativa, Edgard Grecco (PDT) se coloca à disposição para ajudar Rogério a convencer os colegas a aprovarem a sessão itinerante. "O eleitor enxerga a eleição só de julho a outubro (meses de campanhas em anos eleitorais). Nossa ida aos bairros é avanço grande para mantê-los informados sobre nossos mandatos e o que acontece na cidade", define. "Há situações em que pergunto qual é o nome do prefeito e a pessoa não sabe", justifica.