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Fora do armário
Sara Saar
Do Diário do Grande ABC
31/03/2011 | 07:00
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Na vida pessoal, Kléber Damasceno se revela homofóbico e viciado em jogos de azar ao passo que, profissionalmente, mostra-se um repórter de faro apurado para investigações de crimes econômicos, conduzidos por grupos empresariais.

De diferentes facetas, este é o personagem do ator Cássio Gabus Mendes, que já levanta sérias discussões em Insensato Coração, trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares exibida no horário nobre da Rede Globo. "Kléber acha que os gays não deveriam conviver. São maus exemplos, pessoas defeituosas mesmo", afirma Mendes, que descobre o seu personagem aos poucos, no decorrer das cenas.

No folhetim, o repórter até enfrentou o editor do jornal onde trabalha, o homossexual Álvaro (Ricardo Rathsam). "Ele é irônico. Desafia o chefe. No dia a dia, vai para outros ambientes. Tem uma agressividade explícita", acrescenta o ator veterano.

Insensato Coração também chama atenção pela quantidade de personagens gays. Destaque é o promoter Roni, interpretado por Leonardo Miggiorin, que ilustra os bastidores do mundo das celebridades enquanto nutre relação de interesses com Natalie (Debora Secco). "Para ele, é interessante estar perto da estrela e, para a estrela, ele é importante meio para atingir o sucesso", explica.

Mas o assumido Roni, segundo o ator, não está na trama para discutir. Descontraído, só se porta de forma mais contida quando está em ambientes de trabalho ou quando quer impressionar alguém com postura mais formal. "Ele não tem problemas com a sua sexualidade", conta Miggiorin, que não enxerga a homossexualidade como tabu. "Abordá-la de forma mais abrangente, com personagens de posturas e histórias de vida diferentes, pode ajudar a tornar o assunto ainda mais tranquilo para o público", opina.

Já Cássio Gabus Mendes enfatiza que casos de intolerância acontecem diariamente em diferentes lugares. "Uma ação em São Paulo só parece isolada porque tem mais repercussão", lamenta. Um dos triunfos da novela, para ele, é Kléber não ficar tachado como vilão. "Ele é personagem do cotidiano. Parecido com pessoas que estão por aí".

Viciado em jogos de azar, Kléber também aposta as suas economias em fichas de um cassino. "Está no fundo do poço. Deve procurar tratamento", afirma. "Espero que não haja recaídas".

Segundo Mendes, toda essa polêmica precisa ser colocada em discussão. "As pessoas devem se olhar no espelho para ter melhor entendimento em relação ao próximo. É o serviço que a novela oferece", afirma.




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