Economia Titulo
Tumulto marca segundo
dia de greve dos bancários
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
29/09/2011 | 07:30
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A partir de hoje, o Sindicato dos Bancários promete agitar o Centro de Diadema a fim de engrossar o número de adesões entre os funcionários, que começam o terceiro dia de greve no País. Na região, a adesão subiu para 110 agências, ante as 100 paralisadas na terça-feira. Entre trabalhadores, partiu de 2.000 no primeiro dia para 2.200 ontem. Alta de 10% em 24 horas. Número que sobe a 27,5% dentre os 7.500 bancários na região.

A única instituição 100% paralisada na região é a Caixa Econômica Federal, que computa 400 empregados. Mantém todas as 40 agências fechadas. Outro banco público, o Banco do Brasil, aumentou de 15 para 17 unidades fechadas ontem. O Grande ABC soma 400 bancos e 100 postos de atendimento.

O segundo dia de paralisações dos bancários começou com confusão no Centro de São Bernardo, local onde sindicato deflagrou ato de mobilização, por volta das 8h de ontem. A gerência do banco Mercantil, na Rua Dr. Flaquer, tentava impedir que cartazes de greve fossem colados na agência. A polícia foi chamada e um dos diretores do sindicato, Wagner Roberto Arruda Leme, resistiu ao pedido de remover os avisos. Houve bate-boca e todos, incluindo a presidente da entidade, Maria Rita Serrano, foram parar no 1° DP de São Bernardo. Leme seguiu algemado.

"Nos ameaçaram de prisão por causa de um cartaz. Falei que não estávamos dilapidando o patrimônio público e nem atrapalhávamos a vida de ninguém. Foi um ato gratuito." A sindicalista conta que os advogados do sindicato foram chamados e, após registro de termo circunstanciado de ocorrência - servindo de base para o Tribunal de Pequenas Causas -, foram liberados.

A equipe do Diário esteve na agência em que ocorreu o episódio e poucos funcionários estavam no local. O banco informou que lamenta pelo incidente e afirma que sempre esteve disposto ao diálogo e respeita as escolhas dos funcionários. O delegado titular do 1º DP Victor Vasconcellos Lutti disse que a ocorrência foi "tranquila".

SURPREENDIDOS - Não eram poucos os clientes desavisados sobre a greve. Muitos só se davam conta do movimento quando chegavam à agência e se confrontavam com cartazes do sindicato sobre a greve.

A aposentada Maria Carmelita da Silva, 72 anos, fazia parte desse grupo. Ficou vários minutos sem saber o que fazer ao descobrir que os caixas, onde recebe, não prestavam atendimento. "Não sabia da greve. O rapaz falou que estava fechado. Preciso demais do dinheiro, estou sem nenhum tostão e preciso comprar um monte de remédios", desabafa. Foi orientada por um amigo de que poderia fazer o procedimento no caixa eletrônico.

ACORDO - Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito, Lourenço Prado, os trabalhadores do Banco de Brasília fecharam, ontem, acordo com reajuste de 17,45%. "Isso prova, sem sombra de dúvida, que existe espaço para que os grandes bancos ofereçam reajustes muito além dos 12,8%", diz o sindicalista.

 

Consumidor tem que ficar atento ao vencimento de contas

Mesmo sob duas greves que afetam a logística na hora de fazer pagamentos - dos trabalhadores dos Correios e bancários - o consumidor não pode atrasar o pagamento das suas contas. Isso porque o Código de Defesa do Consumidor prevê que, mesmo sob essas condições, as datas de vencimentos continuam valendo.

A dica de especialistas consultados pela equipe do Diário é para que o cliente procure as empresas para que, além de fornecerem segunda via do boleto, disponibilizem canais alternativos de pagamentos.

A Federação Nacional dos Bancos também informa que há serviços bancários de autoatendimento via telefone, internet, lotéricas, agências dos Correios - que funcionam normalmente - e supermercados que ofereçam esse tipo de serviço.

O caixa eletrônico também é canal na hora de pagar débitos. Contas vencidas são o único caso em que não há nada a fazer. Só podem ser pagos no banco de origem. Se a empresa se recusar a fornecer outros canais de pagamento, o Procon pode ser procurado.




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