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Busca por seminovos cresce 65% na região nos últimos 12 meses

Na média nacional, alta é de 23,6%, aponta Webmotors; consumidor do Grande ABC é estimulado por forte presença do setor automobilístico

Vinícius Claro
Especial para o Diário
05/09/2016 | 07:15
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A procura por carros seminovos no Brasil continua cada vez maior no período de recessão econômica, já que os preços dos zero-quilômetro seguem em alta mesmo diante desse cenário. Conforme publicado no Diário, para cada carro novo, cinco seminovos ou usados são vendidos, segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Na região, houve aumento de 65% na busca por automóveis seminovos e usados nos 12 meses terminados em julho, aponta levantamento feito com exclusividade pela Webmotors, site que realiza a intermediação da compra e venda de veículos, sem revelar números. No mesmo período, entretanto, considerando a média nacional, foi notado incremento de 26,3% na procura por esses automóveis. Em relação aos volumes de propostas, ou seja, quando o interessado chegou a negociar com o anunciante, no Grande ABC foi registrada alta de 106%, enquanto no País, de 78%.

Segundo a diretora de marketing e produtos da Webmotors, Fernanda Gasciarino Lagroteria, o comércio de seminovos deve continuar aquecido nos próximos meses. “Por conta dos cenários econômico e político ainda incertos, o consumidor fica mais receoso de aportar grandes valores em um bem. Isso sem contar as restrições ao crédito, que crescem conforme a quantia a ser financiada”, avalia.

Quanto às altas mais acentuadas nas sete cidades, na comparação com a média nacional, Fernanda aponta que, por se tratar de região em que a presença do setor automobilístico é maior, isso estimula o interesse. “O Grande ABC é o berço das montadoras, das maiores lojas de seminovos e dos maiores shoppings automotivo, acredito que acabe gerando demanda e movimento maiores na região.”

Fato é que, devido à maior busca por seminovos e usados, o estoque das sete cidades cresceu menos do que na média do País, com 12,64% e 74%, respectivamente.

E essa procura, também estimulada por preços mais acessíveis, já que mesmo na crise os custos dos zero-quilômetro sobem ano a ano, é igualmente sentida por outras plataformas de intermediação entre quem quer comprar e vender. É o caso da OLX que, embora não tenha dados regionais, revela que teve aumento de 60% nas negociações do primeiro semestre, chegando a 1 milhão de veículos negociados.

É válido destacar que os números não possibilitam saber quantos contratos foram efetivamente fechados, já que as empresas são responsáveis por só fazer a ponte entre comprador e anunciante. O fechamento do negócio é realizado fora da alçada dessas firmas.

PRATICIDADE - A analista financeira Gisele Maiara, 24 anos, de Santo André, utilizou sites como Webmotors, iCarros e OLX para pesquisar valores do carro que pretendia comprar. Para ela, a maior contribuição dessas empresas foi a escolha do automóvel que realmente queria e a comparação de preços praticados no mercado. “Eu não tinha certeza do modelo e também não tinha ideia de preços antes de começar a pesquisar”, conta.

Gisele optou por um Onix LT Lollapalooza 2014. Ela entrou em contato com quatro anunciantes, mas, por não entrar em acordo, acabou comprando na concessionária, onde disse que conseguiu mais garantias para o veículo.

Segundo Fernanda, da Webmotors, hoje 54% das buscas são feitas por dispositivos móveis. No ranking de modelos mais procurados, tem-se entre os hatches HB20, Fit, Etios, Onix e New Fiesta. Considerando os sedãs, destacam-se Civic, Corolla e Jetta. Entre os populares, Gol e Palio.

PROPORÇÃO - Na avaliação do presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Antonio Carlos Botelho Megale, a proporção de cinco automóveis rodados para um zero representa a vontade que o brasileiro tem de continuar trocando de carro, muitas vezes impedida pelas instabilidades política e econômica. Ele acredita, no entanto, que para que as fabricantes voltem a ganhar terreno essa proporção de vendas deveria cair de dois usados para um novo.

“Temos mercado com mais de 2.400 ofertas de produtos, então, isso pode permitir que a pessoa faça migração entre segmentos ou para carro maior, seminovo, que teria praticamente o mesmo custo de um novo. É uma adequação do cliente à situação atual”, diz Megale. 




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