Economia Titulo
Bigucci: um idealista na construçao civil
Walter Wiegratz
Da Redaçao
04/12/1999 | 17:34
Compartilhar notícia


"Sou um otimista e um idealista que nunca enfatiza o lado mal das coisas." É dessa forma que o empresário da construçao civil Milton Bigucci, de Sao Bernardo, define sua visao de mundo e a filosofia que alicerça a prática profissional à frente da empresa que leva o seu nome, a M. Bigucci.

Sediada em Sao Bernardo, a M. Bigucci acumula desde 1983 uma próspera jornada no ramo da construçao civil, sempre com empreitadas de perfil residencial. Atualmente, a empresa possui 50 empregados.

Filho de um carpinteiro que fazia caixotes para a indústria, o seu Roberto Bigucci, e de uma tecela, a dona Trinidad Bigucci, Milton nasceu em 1941, no bairro paulistano do Ipiranga. Aos nove anos, em vez de cortar e trabalhar a madeira, ele preferiu buscar experiências próprias. "Trabalhei durante um mês fazendo limpeza no consultório de uma dentista, mas ela resolveu mudar-se na calada da noite e nao pagou o meu primeiro salário. Esse foi o meu primeiro tombo profissional".

Depois desse início frustrante, Milton trabalhou como aprendiz de balconista, na Casa Freire, também no Ipiranga. Aos 14 anos, já era auxiliar de departamento pessoal na fábrica da Linhas Corrente. Depois de uma rápida passagem pela Fabrini, de Sao Bernardo, e já com 18 anos, ele passou a trabalhar na Mercedes-Benz, onde alcançou o posto de auditor. "Sempre estudei à noite e fiz o curso de contabilidade, depois um de professor na mesma área, que foi seguido pela faculdade de Direito na Universidade de Sao Paulo." Aos 20 anos, em 1964, Milton entrou para a construtora Itapoa, assumindo as funçoes de contador, atividade que depois foi desenvolvida de maneira informal, uma vez que ele retomaria o emprego na montadora de caminhoes.

Depois de 20 anos de Mercedes-Benz, em 1969, já um executivo, Milton foi convidado novamente pela Itapoa para assumir um posto de liderança na empresa. "Acreditei mais no imóvel do que no automóvel ou no caminhao", afirmou o empresário sobre o seu início na missao de erguer prédios. A aposta de entao era o promissor ramo de habitaçoes populares, inflado cinco anos antes com a criaçao do Banco Nacional de Habitaçao. Em 1983, ele partia para o seu vôo solo ao abrir a construtora M. Bigucci.

Sem medo - A primeira empreitada da M. Bigucci foi o Condomínio Residencial Vila Liviero, em Sao Bernardo, mas também foi o primeiro tombo do aprendiz de empresário da construçao. O motivo da derrocada fora o famigerado Plano Sarney, com um descongelamento de preços que frustrou a entrega dos apartamentos. "Nao tive prejuízo, mas também nao lucrei. Logo, assim como em meu primeiro emprego, a experiência inicial como construtor também nao foi grande coisa", lamentou.

No entanto, Milton nao se intimidou. "Eu nunca desisto. Essa é uma marca que transmito para os meus filhos Milton Júnior, Marcos, Marcelo e Roberta. Uma característica que Milton adotou como básica na educaçao dos filhos foi o início precoce no trabalho. Todos eles começaram aos 11 anos de idade na construtora. Por que tal prática? "Porque deu certo. Eu nao gosto de ócio. Para mim, a ociosidade é a coisa mais terrível que pode acometer o ser humano. Aprendi exclusivamente com a vida", arrematou.

Recursos próprios - Outra virtude da M. Bigucci é o endividamento zero, uma vez que a empresa nao recorre aos bancos para financiar suas empreitadas. "Isso foi o nosso segredo para que pudéssemos nos desenvolver mesmo em épocas de crise".

Além disso, Milton coloca seu nome como um atestado de garantia. "Quem compra um apartamento da M. Bigucci tem a certeza de que o mesmo será entregue. Afinal, uma empresa com os pés no chao é que dá segurança ao cliente".

Trabalho e honestidade para com clientes e empregados sao outros ingredientes da jornada bem-sucedida. "O empregado faz a empresa, e o cliente é aquele que transmite o seu conceito." Atualmente, a M.Bigucci está erguendo cinco prédios no Grande ABC e na capital.

Outro viés da prática empresarial de Milton é a solidariedade. Nos anos 70, ele ergueu O Lar Escola Pequeno Leao, em Sao Bernardo, que hoje abriga 70 crianças. Além disso, ele também é um dos precursores do patrulheirismo no bairro Ipiranga, onde montou o Círculo de Amigos do Menor Patrulheiro.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;