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Caos no Nardini completa 738 dias sem perspectiva de solução
William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
26/05/2009 | 07:46
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A crise no Hospital Municipal Radamés Nardini, em Mauá, se arrasta há 738 dias, sem que tenha sido apresentada qualquer solução pelo poder público.

Uma ação civil foi proposta pela promotora Adriana Ribeiro Soares de Morais no dia 18 de maio de 2007, e desde então os prazos para que sejam apresentadas melhorias vêm sendo sistematicamente postergados. O último acordo para que a Prefeitura mostre à Justiça as ações para melhorar as condições de atendimento no hospital vence às 19h de hoje.

O município se comprometeu diante do juiz substituto da 2ª Vara Cível, Fábio Franco de Camargo, a mostrar um plano de ação pormenorizado sobre as medidas a serem tomadas para minimizar as deficiências de infraestrutura. São vários os pontos detalhados pelo magistrado, como a compra de medicamentos e contratação de auxiliares de enfermagem, enfermeiros e médicos.

O prazo de um mês para a apresentação de um "plano de salvação" do Nardini começou a ser contado em 27 de abril e até o momento nada chegou ao Fórum. E não é a primeira vez que a administração municipal ganha tempo para dizer o que e como pretende acabar com a precariedade da unidade hospitalar.

Pouco tempo depois da ação do Ministério Público, a juíza Letícia Fraga Benitez concedeu liminar, em 6 de julho de 2007, por entender que havia provas suficientes de problemas como sujeira, danos na estrutura, falta de pessoal e risco de contaminação entre pacientes e profissionais.

Em 3 de fevereiro de 2008, a magistrada definiu multa diária de R$ 10 mil até a solução dos problemas. O valor já passa de R$ 4 milhões. Mas nem isso foi suficiente para obrigar o então prefeito Leonel Damo (que se desfiliou do PV) a resolver a questão. Cinco meses após assumir o comando da Prefeitura, Oswaldo Dias (PT) também não foi capaz de melhorar a qualidade no atendimento.

No fim de janeiro, o secretário de Saúde, Paulo Eugenio Pereira Júnior, esteve na primeira das audiências realizadas em 2009. Ganhou 90 dias para apresentar uma saída. O prazo expirou em 24 de abril, sem resposta efetiva. A Prefeitura recebeu então mais 30 dias, que se esgotam agora. Questionada sobre o projeto, a administração não respondeu.

A Secretaria de Estado da Saúde também segue sem cooperar com a melhoria do hospital e ainda não há a informação de que o Ministério da Saúde tenha recebido da Prefeitura plano solicitado, ainda em março, pelo ministro José Gomes Temporão.

Na Justiça, o caso já passou pelas mãos de vários promotores. Apenas nos últimos seis meses, foram três os representantes do Ministério Público responsáveis pelo processo, atualmente com Renato Augusto Santos Neto.




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