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Hong Kong é cenário para amor proibido
Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
22/02/2001 | 18:55
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Histórias de amor contido costumam resultar em belíssimos filmes. Assim foi com Fim de Caso (1999), de Neil Jordan, passado na Londres de 1939, às vésperas da Segunda Guerra. A paixão entre os personagens de Julianne Moore e Ralph Fiennes, uma aristocrata casada e um escritor, amigo de seu marido, era proibida pelos olhos de Deus e, portanto, impossível de ser concretizada.

Em Amor à Flor da Pele (In the Mood for Love, Hong Kong, 2000), de Wong Kar-Wai, exibido na 24ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e que estréia hoje na capital, o amor igualmente tortuoso não chega a ser consumado, o que cria um clima de aflição e desespero nos personagens. O cenário é a Hong Kong de 1962. O jornalista Chow (Tony Leung), editor do diário local, muda-se com a mulher para um prédio ocupado principalmente por membros da comunidade de Xangai.

No novo apartamento, Chow conhece a secretária Li-Chun (Maggie Cheung), também recém-instalada no edifício. Como seu marido é representante de uma empresa japonesa, ela costuma passar muito tempo sozinha.

As constantes ausências dos companheiros acabam aproximando Li-Chun e Chow. Jogam mahjong com seus senhorios e falam sobre as vidas próprias e alheias. A intensa amizade é abalada com um encontro em uma lanchonete, quando os dois se dão conta de que seus parceiros estão tendo um caso.

Li-Chun constata que seu marido, em viagem ao Japão, foi acompanhado da mulher de Chow. E, a cada dia que passa sem notícias, perde um pouco da esperança que ainda lhe resta de ter seu companheiro de volta. Chow, por sua vez, se apega na amizade de Li-Chun e se apaixona por ela.

O diretor Wong Kar-Wai (de Cinzas do Tempo e Amores Expressos) também assina o roteiro e a produção. Amor à Flor da Pele tem ainda uma fotografia exuberante de Christopher Doyle, realçada pelos cenários de cores fortes e pelos ambientes sombrios. Destaque também para o figurino da personagem Li-Chun, cujos vestidos dão um cuidadoso toque de alegria e sobriedade, uma contradição a sua solidão e a seus conflitos internos.




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