Política Titulo Votação
Oposição conquista aval para CPI do Concreto

Mas manobra da base governista adia investigação na Sama;
o documento deverá ser protocolado e votado na terça-feira

Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
29/02/2012 | 07:46
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Nario Barbosa/DGABC


A oposição ao governo Oswaldo Dias (PT) em Mauá conseguiu o apoio de trio situacionista para colocar em votação pedido de abertura da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Concreto. A solicitação é baseada em reportagem publicada domingo pelo Diário que mostra que o processo 107/10 criado pela Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) foi montado.

O requerimento, assinado por sete vereadores (um a mais do que o mínimo necessário), só não foi protocolado ontem graças a manobra da base governista. A plenária foi suspensa por duas horas para que os parlamentares discutissem o assunto reservadamente. Na volta, o presidente da Câmara, Rogério Santana (PT), impediu o protocolo da CPI, sob o argumento de que o prazo para a ação havia expirado.

De acordo com o regimento interno, requerimentos devem ser apresentados à mesa diretora até duas horas após o início da sessão, que começou às 14h20 e ficou paralisada entre 15h30 e 17h30. "O prazo expirou às 16h20", considerou Rogério, negando o pedido de Edgard Grecco (PMDB). Assim, o documento deverá ser protocolado e votado pelo Legislativo na terça-feira.

O único opositor que não rubricou o texto foi Atila Jacomussi (PPS). A sustentação defende que, como o Ministério Público já acompanha o caso, não há necessidade de CPI.

O superintendente da Sama, Diniz Lopes (PR), acompanhou a sessão que poderia deflagrar a abertura da CPI. O republicano chegou na Casa às 16h45, mas não se pronunciou sobre o processo para a compra de 26,40 metros cúbicos de concreto, fornecido pela Comercial Nova Rochamar, empresa que sequer participou do certame.

Diniz, porém, foi interpelado por funcionários da Câmara e mostrou confiança na legalidade do processo, afirmando que "se fosse fácil (comandar a autarquia), não seria para mim". A presença do superintendente foi vista como tentativa de intimidação por vereadores. O irmão dele, Manoel Lopes (DEM), teve requerimento aprovado em que cobra cópia dos autos.

Na época da abertura do processo, em julho de 2010, Diniz estava afastado da função em virtude de sua campanha para deputado estadual. Em seu lugar, ficou seu braço-direito, Vladimilson Garcia, o Bodinho, diretor de manutenção e abastecimento da Sama. Bodinho reconhece erros, mas nega que o concreto foi utilizado na construção de sua casa, rebatendo denúncia do procurador da Nova Rochamar, José Vieira da Rocha (PMDB).




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