Pelo 10º trimestre consecutivo a Ford América do Sul registra lucro na região. Segundo balanço divulgado quinta-feira pela matriz da companhia, as operações locais tiveram ganhos antes dos impostos de US$ 95 milhões, alta de 11% sobre igual período do ano passado, com US$ 88 milhões. O resultado foi impulsionado por vendas de US$ 1,3 bilhão, 30% mais do que o mesmo intervalo de 2005.

Na América do Norte – sede da matriz e região onde a empresa enfrenta austero programa de reestruturação para melhorar a saúde financeira – as perdas continuam, mas estão menores. No período o prejuízo foi de US$ 797 milhões, ante US$ 907 milhões há um ano.

“A melhoria é mais do que explicada por reduções de custo na maioria das áreas de negócios”, explica o comunicado da empresa. Apesar da melhora no índice financeiro, as vendas nos Estados Unidos, México e Canadá caíram de US$ 19,9 bilhões no segundo trimestre de 2005 para os atuais US$ 19,2 bilhões. Executivos da empresa no Brasil não comentaram os resultados, mas Barry Engle, presidente para o Mercosul, já anunciou que a expectativa para a América do Sul é fechar o balanço de 2006 no lucro.

Grupo - Na soma de todas as operações mundiais, a Ford Motor Company registrou prejuízo de US$ 123 milhões, US$ 0,07 por ação, contra lucro de US$ 946 milhões, US$ 0,47 por ação, no segundo trimestre de 2005. Ao excluir os itens especiais, as perdas diminuem a US$ 48 milhões. No ano passado, houve lucro de US$ 936 milhões.

Apesar dos resultados negativos, Bill Ford, presidente e principal executivo do grupo, está confiante de que o plano de reestruturação já anunciado pela companhia, que prevê cortes de mais de 30 mil empregos na América do Norte, surtirão efeito.

“Mark Fields, vice-presidente executivo do grupo e presidente para as Américas, e sua equipe estão trabalhando para acelerar seus esforços. Dentro dos próximos 60 dias estaremos em posição para discutir ações adicionais”, afirmou em comunicado.

Autos – Na divisão automotiva, as perdas mundiais antes dos impostos somaram US$ 808 milhões, situação que teve sensível piora com relação ao ano passado quando as perdas foram de US$ 245 milhões. Já as vendas caíram de US$ 38,7 bilhões para US$ 37,7 bilhões. Em unidades, no entanto as vendas subiram ligeiramente de 1,718 milhão para 1,732 milhão. A mudança se explica pela mudança de mix: a empresa restringiu a venda de picapes e aumentou a de carros de passeio, mais baratos.