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Adiado julgamento
de greve dos ônibus
Do Diário OnLine
03/06/2011 | 07:06
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André Henriques/DGABC


O julgamento da greve dos motoristas e cobradores da região, que estava previsto para acontecer às 13h desta sexta-feira no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), na Capital, foi suspenso por 10 dias para que empresários e  trabalhadores tentem entrar em acordo.

Neste período, ficou determinado que a multa de R$ 200 mil por dia será suspensa e que 100% da frota deverá operar. Após este prazo e caso as partes não cheguem a um acordo, a Justiça irá definir se a multa será retroativa e se os grevistas serão descontados pelos dias parados.

Na manhã de hoje, assembleia realizada pelo Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC oficializou o encerramento da greve deflagrada pela categoria à 0h de quarta, motivada por reajuste salarial de 15%.

O presidente do sindicato, Francisco Mendes da Silva, o Chicão, descartou nova paralisação. "A juíza já deu permissão para que os empresários contratem novos profissionais, além da punição por falta grave caso os profissionais não voltem ao trabalho. Portanto, acredito que não haverá mais problemas."

Por volta das 10h, muitos veículos já circulavam pelas ruas da região. Os primeiros ônibus começaram a sair da garagem da Viação Leblon, em Mauá, às 9h. Em Santo André, há coletivos da União Santo André e viações São Camilo e Urbana. Ônibus da SBC Trans e Viação Urubupungá também estão nas ruas de São Bernardo. 

Em relação ao trólebus, 104 ônibus faziam no início da tarde de hoje o percurso do corredor entre São Mateus e Jabaquara, o que representa 70% da frota.

Moradora do Jardim Independência, em São Bernardo, a dona de casa Ana Paula Antonieli, 21 anos, comemorou o encerramento da greve. Ela mora no Jardim Independência e teria de cancelar a consulta do filho no médico, marcada desde abril no Riacho Grande, caso a paralisação continuasse. "Acordei cedo para ouvir as notícias no rádio. Tive sorte que voltou", diz. 

Manhã de sofrimento - Com poucos ônibus em circulação, moradores ainda enfrentaram transtornos no início da manhã. A enfermeira Vanessa Silva, 23 anos, mora no Alto da Boa Vista, em Mauá, e caminhou por 30 minutos até a estação da CPTM, de onde partiu para Santo André. Por volta das 6h30 desta sexta-feira, ela aguardava em frente à estação por uma amiga que a levaria de carro até São Bernardo. Sem trem, ontem ela não conseguiu trabalhar.

Luzinete Maria da Silva, 46 anos, andou por cerca de uma hora até o terminal da Vila Luzita, em Santo André, com a esperança de encontrar um ônibus. Ela trabalha como auxiliar de limpeza no Parque Jaçatuba e ontem pagou R$ 5 para ser levada por uma van até o Centro, mas não teve reembolso da empresa. "Se não passar ônibus, não vou trabalhar hoje", afirmou. No terminal, era grande a movimentação de pessoas à espera de um coletivo.

Em São Bernardo, Maria Regina Silvério, 55 anos, faz curso de culinária no DER e, desde quarta-feira, gasta uma hora de caminhada do Jardim Farina até lá. Ela conta que não tem condições de pagar R$ 3 para ser transportada por uma lotação clandestina.

CPTM - Os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) operam normalmente, com intervalo de cinco a sete minutos entre as composições. Ontem, cerca de 2,4 milhões de pessoas foram prejudicadas pela paralisação dos ferroviários.

O início das operações ocorreu às 4h e, segundo a assessoria da CPTM, o serviço em todas as 89 estações das seis linhas está normalizado.

Já o Sindicato dos Metroviários de São Paulo aceitou ontem a proposta de aumento salarial do Metrô e desistiu de deflagrar greve hoje. A decisão foi tomada em assembleia na noite de ontem. A companhia propôs reajuste salarial de 8% e aumento no valor do vale alimentação. No início das negociações, os funcionários pediam reajuste de 10,79%, mas, ao final, reivindicavam 8,5%. (Com informações de Bruna Gonçalves, Camila Brunelli, Fábio Munhoz e Henrique Munhos)




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