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Revista 'A Cigarra' resiste há 18 invernos
Nelson Albuquerque
Da Redaçao
10/06/2000 | 18:31
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Humildade e perseverança fazem com que A Cigarra, de Santo André, seja uma das revistas literárias mais antigas e respeitadas do país. A ediçao nº 35, comemorativa aos 18 anos da publicaçao, acontece em dois momentos. Na próxima terça, às 19h, na Casa da Palavra (praça do Carmo, 171. Tel.: 4992-7218), Santo André, e no dia 16, também às 19h, na Casa das Rosas (av. Paulista, 37. Tel.: 251-5271), em Sao Paulo.

Fato raro no Brasil, essa vida duradoura de A Cigarra, totalmente dedicada à poesia, foi conquistada pela insistência de seus editores: Jurema Barreto de Souza, Zhô Bertholini e Joao Antônio Silva Sampaio. "Sao 18 anos de teimosia", reconhece Bertholini. A primeira ediçao, com 50 exemplares, foi mimeografada.

O número em lançamento, com 1,5 mil exemplares, tem capa colorida, 42 páginas, miolo em papel couchê e ótima impressao. A publicaçao reúne grande diversidade de autores. "Trabalhos de poetas consagrados e novatos convivem pacificamente", define Bertholini.

O clima poético começa logo no editorial. "Nossos intentos sao outras descobertas, outros valores e, naturalmente, outros quinhentos...", finaliza o texto, que justifica a atitude da revista de fazer "circular idéias, invençoes anônimas" e conseguir manter-se num país que nao valoriza esse tipo de arte.

Entre os autores figuram José Carlos Capinan, Glauco Mattoso, Marcelo Montenegro, Guto Lacaz, Arnaldo Antunes, Cláudia Simone de Oliveira Andrade, Fabiano Calixto e Renato Brancatelli, entre outros. Dalila Teles Veras traduz poemas de Mario Benedetti, inéditos no Brasil.

A capa é da artista plástica Damara Bianconi, um trabalho que faz parte da série O Olhar Emblemático das Cédulas. A obra nao foi exposta com a série e agora é cedida exclusivamente para A Cigarra.

Segundo Jurema, há uma seleçao rigorosa dos trabalhos a serem publicados. Mensalmente, sao recebidas cerca de 100 cartas com poemas. "Lemos todos os textos, nada é desprezado", garante.

Os eventos de lançamento contarao com leituras e música. O destaque será a performance dos poemas da revista feita pelo grupo teatral Irmandade Flagrante. "É uma oportunidade que temos para agregar música e teatro à poesia", comenta Bertholini.




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