Mesmo sem o comprometimento dos partidos governistas para o projeto de reeleição em 2012, o prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), rechaça empecilhos para organizar coligações para o pleito. De acordo com ele, o diálogo eleitoral entre os partidos se iniciou, é "positivo" e as reclamações dos aliados são apenas "avisos" do cotidiano.

Reali tem apoio de sete partidos no Legislativo - PSB, PV, PMDB, PTB, PSC, PRB e PCdoB -, mas nenhum deles está prontamente fechado com o prefeito para a eleição que se iniciará em um ano e meio. O discurso comum é de que toda sigla política almeja o poder e que as coligações ainda serão discutidas. O petista, no terceiro ano de mandato, garante que as eleições estão na pauta. "É natural que um governante em seu terceiro ano de mandato queira dialogar sobre a reeleição, estamos conversando com os vereadores e com os partidos", disse.

A relação com PSB, PV e PMDB é destacada por Reali com ares esperançosos de uma futura parceria. As legendas estão integradas no primeiro escalão. O PMDB, apesar de ter eleito apenas a vereadora Cida Ferreira, concentra a direção da Fundação Florestan Fernandes (com José Francisco Alves) e mantém cargos estratégicos na Defesa Social. O PV comanda a Secretaria de Meio Ambiente (Ricardo Silvério de Souza) e o PSB as Pastas de Segurança Alimentar (José Manoel da Silva, o Adelson), Cultura (Maria Regina Ponce de Queiroz) e Assistência Social (Pedro Soares). Os outros partidos são contemplados com cargos de menor expressão.

O estranhamento entre base e governo se intensificou com a articulação entre seis vereadores governistas para eleger Laércio Soares (PCdoB) presidente da Câmara e derrubar o candidato do prefeito à reeleição Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT). "Foi uma tensão que eu tentei não interferir, só conversei no fim do processo para tentar evitar a exclusão de vereadores da mesa (diretora). Enfim, o Legislativo é independente e tenho conversado com o Laércio, temos uma boa relação." Apenas PMDB e PV se posicionaram ao lado dos petistas.

A fala cautelosa do prefeito se contrapõe ao discurso do dirigente do PT de Diadema, Josemundo Dário Queiroz, o Josa, que cobrou "ética e compromisso" dos aliados. A publicação da declaração pelo Diário incitou reclamações dos parlamentares. O PSB, visto como forte para ocupar a vice de Reali, foi defendido por Célio Lucas de Almeida, o Célio Boi: "Se um partido não almeja o poder, não deve existir. Nós estamos dando governabilidade e 2012 será outra conversa".