Economia Titulo Após mobilizações
Mercedes-Benz reabre PDV em São Bernardo

Será oferecido valor fixo de R$ 100 mil,
independentemente do tempo de casa e da idade

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
24/08/2016 | 16:44
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André Henriques/DGABC


Após mais de uma semana de mobilizações, a Mercedes-Benz decidiu atender o pleito dos trabalhadores e reabrir o PDV (Programa de Demissão Voluntária) na fábrica de São Bernardo. Será oferecido valor fixo de R$ 100 mil, independentemente do tempo de casa e da idade do colaborador. Geralmente, esse tipo de plano tem regras que remuneram mais os profissionais que estão há mais tempo na empresa, e que recebem salários maiores.
Diante do cenário de dificuldades econômicas e excedente de funcionários, os operários pediram na segunda-feira, por meio dos Sindicato dos Metalúrgicos dos ABC, que a montadora então reabrisse PDV, mas com retorno financeiro mais atrativo. O último plano, encerrado em julho, ela oferecia valor máximo de R$ 85 mil.

O objetivo da Mercedes, com esse novo programa de desligamento voluntário, é atingir 1.400 trabalhadores. “Assim, poderemos combater a ociosidade e manter as operações enquanto não ocorre a recuperação do mercado brasileiro”, diz a montadora em nota. O prazo de adesão tem duração de uma semana, começando hoje e se estendendo até o dia 31.

Cumprida essa meta inicial, haverá estabilidade até o dia 31 de dezembro de 2017 do emprego de funcionários que permanecerem na companhia. Adicionalmente, ficou acordado entre o sindicato e a Mercedes que não haverá a reposição da inflação de 2016 nos salários do próximo ano.

Outro ponto combinado foi que serão adotadas novas medidas para administrar o excedente que ainda permanecerá na unidade. A Mercedes reconhece que tinha 2.500 funcionários sem ocupação, devido à queda de 23,3% nas vendas de caminhões e de 27,7% nas de ônibus de janeiro a julho deste ano, na comparação com igual período do ano passado. Porém, mesmo com a adesão de 630 empregados ao último PDV aberto, ainda restavam 1.870. Se os 1.400 pretendidos se desligarem voluntariamente com este novo programa, restarão ainda 470.

“No decorrer das negociações com o sindicato, a empresa reiterou a necessidade de reduzir o excesso de pessoas diante de ociosidade permanente nos últimos dois anos, acima de 50%, o que tem comprometido a sua operação no País. Com o novo acordo, a Mercedes apresenta mais uma alternativa aos seus colaboradores para suportar os efeitos da forte crise econômica no Brasil”, aponta nota da empresa.

Desde o dia 15, toda a fábrica da Mercedes em São Bernardo está paralisada, e os cerca de 9.000 funcionários estão em licença remunerada por tempo determinado, mas não divulgado pela empresa. Desses, 1.400 já estavam afastados desde fevereiro, sendo que alguns estão em casa há mais de um ano.

REFORÇO
Na sexta-feira, o ministro do Trabalho e Emprego, Ronaldo Nogueira, foi à sede do sindicato, em São Bernardo, onde indicou a possibilidade de aumentar a contrapartida do governo no PPE (Programa de Proteção ao Emprego).
Na segunda, a entidade entregou ao vice-governador do Estado de São Paulo, Márcio França, proposta de incentivo envolvendo o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) para empresas do setor automotivo que se comprometerem a não demitir.




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