O delegado Rodrigo Carneiro Gomes, da PF (Polícia Federal) enviou nesta quinta-feira um pedido de explicações ao Coaf (Conselho de Controle da Atividade Financeira) sobre o relatório que aponta a movimentação bancária do caseiro Francenildo Costa. A PF quer saber quem deu a ordem para que o Coaf, do Ministério da Fazenda, investigasse as movimentações financeiras do caseiro e como o relatório foi produzido antes de ser encaminhado à PF.
O relatório do Coaf foi elaborado na Caixa Econômica Federal e foi utilizado como base para o inquérito que apura a origem dos R$ 25 mil em dinheiro, que Francenildo recebeu.
Segundo a polícia, o principal objetivo da consulta ao Coaf é confirmar os dados dos depoimentos dos assessores da Caixa, que afirmaram em depoimento à PF que pediram ao Coaf uma investigação sobre o caseiro atendendo a uma ordem direta do então presidente da Caixa, Jorge Mattoso.
A PF questiona os depoimentos, já que considera incoerente o presidente da Caixa ter ordenado pessoalmente o envio de dados ao Coaf . Além disso, a polícia acha que foi muito rápido o envio de dados de uma conta suspeita ao Coaf, procedimento que normalmente não levaria menos de um mês para ser concluído. O relatório chegou à PF dois dias depois da quebra do sigilo.
O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci foi indiciado pela PF por quebra de sigilo bancário pelo caso Francenildo. Ele confirmou que recebeu o extrato do caseiro das mãos de Jorge Mattoso, mas negou que tivesse determinado a operação ilegal.
No entanto, Mattoso revelou a integrantes do governo e a parlamentares petistas que foi o ex-ministro quem lhe deu a ordem para que violasse o sigilo de Francenildo. No primeiro depoimento à PF, Mattoso confirmou que entregou a Palocci as cópias dos extratos bancários do caseiro, mas não esclareceu quem lhe passou a determinação.
A oposição quer que seja feita uma acareação entre Palocci e Mattoso.
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