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Máfia dos transportes: sete sindicalistas deixam a prisão
Do Diário OnLine
27/06/2003 | 21:00
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Sete dos 18 sindicalistas do setor de transportes acusados de corrupção e formação de quadrilha deixaram a sede da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo na noite desta sexta-feira. Eles tiveram a prisão preventiva revogada pelo juiz Toru Yamamoto, da 3ª Vara Federal do Estado. A revogação da prisão beneficiou oito sindicalistas, mas um permanecerá na cadeia até que a PF verifique se não há nenhum outro mandado de prisão contra ele.

Para justificar a sua decisão, o juiz argumentou que os oito sindicalistas têm endereço fixo e não apresentam situação financeira incompatível com suas rendas. Já os integrantes do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de São Paulo que, além de formação de quadrilha, são acusados de homicídio, não serão soltos.

Os 18 sindicalistas foram presos após o surgimento das denúncias de que eles recebiam propinas de até R$ 1,5 milhão para organizar greves de ônibus na capital paulista. A propina era paga por empresas de transporte coletivo, que, por meio dessas greves, pressionavam a Prefeitura paulistana a atender reivindicações do setor, como o aumento das tarifas.

As investigações também levaram a polícia a denúncias de que alguns membros do Sindicato estariam envolvidos com assassinatos. É o caso de Edvaldo Santiago, ex-presidente da entidade. Doze inquéritos de homicídios foram reabertos para apurar a suposta participação dos sindicalistas. Nesta semana, por exemplo, foram reiniciadas as investigações sobre a morte de Josenir Gonçalves, o 'Bruce Lee'.

Ele foi morto em 1992, depois de disputar a presidência do Sindicato com Edvaldo Santiago. Gonçalves perdeu a eleição e também se afastou do Sindicato dos Motoristas de Empresas de Carga, do qual era presidente. Ao tentar reassumir o posto na entidade, encontrou José Carlos de Sena — que também está detido — na presidência. Em entrevista ao SPTV, uma testemunha afirmou que ouviu Sena afirmar que 'Bruce Lee' precisava ser morto pois "estava dando muito trabalho".

O assassinato de Severino José Barbosa, o 'Xuxa', também pode ter sido provocado por uma disputa entre sindicalistas. Ele teria brigado com Severino Teotônio do Nascimento, braço direito de Edvaldo Santiago, por causa da divisão de uma propina no valor de R$ 80 mil. Há denúncias de que Teotônio teria mandado matar 'Xuxa' para não dividir o dinheiro.




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