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Segmento de embalagens se fortalece
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
20/02/2011 | 07:15
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Termômetro do crescimento da economia, a indústria brasileira de embalagens ganhou forte impulso no ano passado. Dados da ABPO (Associação Brasileira de Papelão Ondulado) apontam expansão de 11,8% nas vendas das empresas do ramo em 2010.

O ritmo se explica pelo fato de que praticamente tudo é vendido embalado - de eletrodomésticos e brinquedos até autopeças - e, com isso, quando há um cenário de aquecimento econômico, as empresas do segmento acompanham e, em alguns casos, se fortalecem ainda mais.

É o caso da pequena fabricante Mazurky, que registrou crescimento de 47% na produção em 2010. Produtora de caixas de papelão ondulado com sede em São Bernardo, a empresa investiu em novos maquinários no início do ano passado, que permitiram elevar a capacidade produtiva em 25%.

Além disso, a Mazurky adotou a estratégia de diversificar o número de segmentos atendidos, para não ficar na dependência de uma única atividade. A companhia, antes bastante focada no fornecimento do material para a indústria de móveis, ganhou clientes em outras áreas. Atualmente, atende os setores alimentício, de plástico, de estamparias e de cosméticos. "Pulverizamos a atuação a partir de 2009, e os resultados de 2010 foram reflexos dessa estratégia", afirma o sócio e diretor técnico, Marcel Mazurkyewistz.

E a demanda é intensa também neste ano. Em janeiro, a Mazurky cresceu 40% frente ao mesmo mês de 2010, o que sinaliza que poderá ter aumento de vendas superior aos 27% projetados para o ano inteiro.

VIDROS

Outra companhia de embalagens que se saiu bem no ano passado foi a Wheaton, também localizada em São Bernardo. A fabricante de embalagens de vidro para indústrias de cosméticos - fornece, por exemplo, para Avon, Natura e O Boticário -, medicamentos e utensílios domésticos, cresceu em vendas 11% frente a 2009.

O diretor comercial e de marketing da empresa, Renato Massara Júnior, afirma que o desempenho só não foi melhor por causa da variação cambial (o dólar fraco frente ao real), que dificultou as exportações.

A Wheaton, que emprega 2.700 pessoas, tem 11% de seu faturamento proveniente do Exterior. "Temos produtos bem aceitos nos Estados Unidos e na Europa, mas agora não conseguimos ter preço competitivo lá fora", explica.

Empresas da região reciclam visando redução de custos

Muitas empresas de embalagens da região aderiram ao tema da responsabilidade ambiental, que rende frutos não apenas de imagem junto ao mercado, mas também permite a redução de custos.

A Wheaton, fabricante de embalagens de vidro de São Bernardo, recicla em seu processo fabril 50% do que consome, colocando o material nos fornos para derreter. "Depois que vai a 1.500ºC, vira novo", explica Renato Massara.

Ele conta que, para isso, é feito antes tratamento nas embalagens usadas. "Temos projeto com comunidades de catadores, para que o vidro volte em condições de ir ao forno".

O processo tem diversas vantagens, segundo o executivo. Além de propiciar renda para os trabalhadores da reciclagem, a ação retira resíduo do meio ambiente e inibe a falsificação de produtos.

A reciclagem também faz parte da prática da fabricante de embalagem de papel ondulado Mazurky, da mesma cidade. Segundo Marcel Marzurkyewistz, todo o resto de papel do processo produtivo - as aparas - é enviado para as fabricantes de papelão, convertido em celulose e depois se transforma novamente em insumo para a empresa. Ele cita que de 7% a 10% das 300 toneladas mensais consumidas viram aparas, que são reclicadas.

Outra iniciativa ligada a esse tema foi o engajamento da Mazurky em projeto de eficiência energética da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, que, por meio de convênio com concessionárias de energia, faz a troca de lâmpadas da rede pública por modelos mais eficientes e econômicos.

Para dar suporte a isso, a secretaria lançou programa de descarte, de forma a evitar riscos de contaminação ao meio ambiente e à saúde das pessoas. Com o objetivo de contribuir nesse processo, a empresa da região iniciou neste ano a produção de 20 mil embalagens feitas especialmente para acondicionar e transportar as lâmpadas velhas.LF




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