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Berço do samba
Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
09/09/2011 | 07:14
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Divulgação


A paulista Joyce Cândido rodou quilômetros ciente de que o sonho que gostaria de buscar era um só, uma batucada de bambas. Formada em piano pelo Conservatório Carlos Gomes, de Marília, e graduada em música em Londrina, no Paraná, a cantora chegou até a Broadway para se especializar em teatro musical, mas nunca deixou de lado o gosto pessoal pelo samba.

"Enquanto estudava no conservatório e na faculdade, mantinha em paralelo meu aprendizado de samba. Aqui no Brasil e nos Estados Unidos foi assim, estudar e sair para as rodas de samba", conta Joyce, que acaba de lançar 'O Bom e Velho Samba Novo' (Biscoito Fino, preço médio R$ 35).

O disco, segundo na carreira da cantora - mas considerado por ela o primeiro -, marca seu retorno da Broadway, onde, além de estudar, fazia shows (foi premiada a melhor cantora brasileira no Brazilian International Press Award), e a sua mudança para o Rio de Janeiro.

"Aqui é mais gostoso fazer música, principalmente no Rio de Janeiro, onde todo mundo canta e dança junto. Tem coisas que a gente não explica. Há tanta música bonita para ouvir e gostar, opções de tudo, mas o samba foi a minha escolha."

Entre as 11 canções que apresenta, duas são clássicas, 'Deixe a Menina', de Chico Buarque e 'Feitio de Oração', de Noel Rosa - que recebe acompanhamento da atriz Letícia Sabatella. Parte do repertório vem de jovens compositores, entre eles Ana Costa, Fred Camacho e Xande de Pilares.

Jovens ou antigas composições, as canções inteiras estão revestidas de todas as alegorias do samba, nas letras, harmonias e na ginga. Não há cavaquinho, flauta, banjo, sax ou vocais que estejam fora do lugar.

Dos novos achados saem pérolas como "eu cheguei no fim da missa, mas não ouvi todo o sermão / tenho fé que a procura do melhor pros dias meus / é estar beleza pura e acreditar em Deus" ou então "a água do amor dá prazer, mas nunca vai me saciar / é só terminar de beber pra sede recomeçar".

Se ritmicamente Joyce se mostra destra pelos caminhos que trilhou vocacionalmente, com a música clássica e popular, em conteúdo, prova que sabe escolher através de suas duas escolas preferidas: Noel Rosa e Chico Buarque. "Eles são incríveis e geniais, mas hoje tem tantos compositores fazendo sambas ótimos que acabei mesclando o novo e o velho valorizando o som tradicional."

Por falar em Chico, foi ele quem deu uma forcinha para Joyce conseguir gravadora no Brasil. Depois de apresentar o disco ao compositor, foi recomendada à Biscoito Fino.




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