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Sustentar vício fica 30%
mais caro em três anos
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
06/09/2011 | 07:30
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A busca pela virtude pesou bem menos no bolso do consumidor do que os gasto com os vícios nos últimos três anos. O grupo vícios teve alta de 30,96% no períodos, enquanto que o virtudes teve elevação de 18,73%.

Aquele que dedicou parte do seu tempo para praticar atividades físicas nas academias, por exemplo, enfrentou reajuste médio de 24% nas mensalidades. Por outro lado, a descontração momentânea e a depredação à saúde que o cigarro provoca encareceu 40% no mesmo período.

Os dados são de levantamento do economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas André Braz. As variações são médias para as famílias, de todo o País, com renda mensal entre um e 33 salários-mínimos.

Nos três anos encerrados no fim de agosto, os consumidores encararam inflação de 16,07%. Ao mesmo tempo, o grupo de bens e serviços vinculados à virtude subiu 18,73%. A inflação real (descontada a geral) foi de 2,29%.

Pertencem ao grupo das virtudes as escolas e os cursos complementares, livros, jornais e revistas, cinema, teatro e show e academia de ginástica.

VARIAÇÕES - A academia de ginástica, em média, representa 0,20% da renda mensal do brasileiro, pontuou Braz. E sua inflação, de 24%, ocorre pelo mesmo motivo da alta nas escolas e cursos complementares, que subiram 20,8% e representam 4,5% na renda do consumidor.

"Primeiro teve impacto da economia aquecida em todo o País", explicou o economista. Ele completou que as famílias incorporaram varias despesas, que antes tinham dificuldade para pagar, com a melhora do cenário econômico. E isso estimulou o aumento da demanda por esses serviços, cujo resultado foi o incremento no preço.

O segundo fator citado por Braz foi a engorda da folha de pagamento dos proprietários das academias e escolas. "Quem administra essas empresas acaba repassando os reajustes salariais nas mensalidades para manter o equilíbrio econômico-financeiro da companhia", disse.

Cinema, teatro e show, que comprometem cerca de 0,66% do salário do brasileiro, ficaram 17,7% mais caros nos três anos. E os livros, jornais e revistas encareceram 10,7%.

Braz comentou que as famílias que escolheram gastar parte do orçamento em virtudes realizaram investimento, cujo o retorno é saúde e bem-estar. Porém quem gastou com os vícios não terá bons lucros, a menos que ganhe na loteria, cujas chances são diminutas tendo em vista o grande número de apostadores e possibilidades.

PREJUÍZO - A variação média do grupo composto pelas bebidas alcoólicas, fumo e acessórios e loterias, considerada por Braz como vícios, atingiu quase o dobro da inflação geral. Foram 30,96% nos três anos apurados, o que resultou em inflação real de 12,83%.

Na ponta do lápis, um produto qualquer cujo valor era R$ 10, em setembro de 2008, passou a valer R$ 11,60, pela inflação geral, apontada no IPC-10/FGV. No caso do grupo dos vícios, um produto com o mesmo valor, R$ 10, agora custa R$ 13,09.

Detalhando o grupo, as bebidas alcoólicas encareceram 19,5%, o fumo e os acessórios para tal subiram 40% e as loterias tiveram acréscimo médio de 15,4%.

 




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