O consumidor já pode preparar o bolso: a conta de luz ficará mais cara neste semestre. Isso porque a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou mudança nas regras para a cobrança de um encargo, que custará R$ 1 bilhão e será dividido nas faturas dos clientes.

O CCC (Conta de Consumo de Combustíveis) é um tributo cobrado nas contas desde 1973, mas que agora ganhou nova fórmula de cálculo. É ele quem banca os lubrificantes das máquinas das termoelétricas responsáveis pela geração de energia na Região Norte do País.

Segundo a Aneel, esse sistema (que é o responsável pela energia de toda a região Norte), tem custo de produção muito superior ao das áreas que são cobertas pelas hidroelétricas nacionais (que abastecem a região Sudeste, por exemplo) porque dependem da queima do óleo para gerar a energia. Com isso, o encargo é em parte subsidiado pelo governo e em parte dividido entre todos os consumidores de energia no País, para que o valor cobrado dos moradores do Norte não seja "exorbitante".

O consumidor já tem pago o valor pela nova fórmula desde o ano passado, quando o governo implementou medida provisória para começar a cobrança. De lá para cá foram desembolsados R$ 4 bilhões pelos clientes para bancar o encargo. Cálculos das concessionárias do Norte avaliam, no entanto, que serão precisos R$ 5 bilhões para manter as contas em dia, o que provocará o novo reajuste de R$ 1 bilhão.

O valor da alta definitiva só deve ser revelado ao público em abril, após audiência pública entre a Aneel e as concessionárias nortistas. Vale lembrar ainda que apesar do tributo já ser cobrado na conta, ele não aparece discriminado como outros encargos (como Pis e Cofins) pois está incluso no valor de prestação do serviço de energia.