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Setor do plástico identifica oportunidades no pré-sal
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
15/09/2011 | 07:30
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A atividade de exploração e produção do petróleo na camada pré-sal abre oportunidades para os fabricantes de peças de plástico, que têm condições de fornecer para várias etapas da cadeia petrolífera.

Com essa constatação, a Associação Brasileira da Indústria do Plástico desenvolve trabalho de mapeamento, em parceria com outras entidades, para levantar os componentes e produtos adquiridos pela Petrobras e também para saber quais as empresas do setor interessadas em atender o mercado de óleo e gás.

Segundo o presidente da Abiplast, José Ricardo Roriz, as perspectivas são muito favoráveis, entre outros fatores, porque o plástico não sofre corrosão e pode servir como revestimento de tubos e como componentes de equipamentos, na exploração e produção em águas profundas.

Além disso, os valores envolvidos são significativos. A estatal anunciou que investirá até 2015 US$ 224,7 bilhões (cerca de R$ 384 bilhões, pela cotação do dólar a R$ 1,71). Desse total, US$ 117,7 bilhões serão aportes em exploração e produção, sendo que cerca da metade, US$ 53,4 bilhões, será para o pré-sal.

O setor pode se beneficiar não apenas com o fornecimento de itens para a cadeia petrolífera, mas também com o aproveitamento da matéria-prima em abundância (o plástico é derivado do petróleo) para o aumento da fabricação de peças e embalagens. "Com isso, o País agregaria valor ao petróleo e poderia alavancar as exportações de plástico transformado", afirma Roriz, que participa no dia 26 de debate sobre o tema, dentro da conferência ‘Indústria Química em 2020, um novo rumo é possível', promovida pelo Sindicato dos Químicos do ABC em Santo André.

CENÁRIO - O setor, que reúne cerca de 1.700 empresas - na região, estima-se que são cerca de 500 empresas - e é umas das maiores indústrias empregadoras do País, com 380 mil empregos diretos, vai crescer entre 2% e 4% em vendas em 2011, estima Roriz. "No início do ano, projetávamos 6% a 7%, mas estamos agora com projeção mais modesta", afirma.

Para ele, além da crise na Europa, outro fator que atrapalha o setor é a invasão de importados, que "capturam" parcela do mercado nacional antes ocupada pelos itens nacionais, diz o dirigente.

Por sua vez, a ligeira desvalorização cambial (a moeda norte-americana subiu nesta semana para o patamar de R$ 1,70) não é considerada suficiente para mudar esse cenário. "O real ainda está muito valorizado", avalia o presidente da Abiplast.




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