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Marquinho revela desejo de ocupar Pasta de Esportes
Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
08/02/2011 | 07:44
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Após assumir novamente mandato como deputado estadual e voltar, na prática, ao cenário político, Marquinho Tortorello (PPS-São Caetano) revela interesse em compor o 1º escalão do governo José Auricchio Júnior (PTB). Formado em educação física, o popular-socialista, que já ocupou por aproximadamente nove meses a Secretaria de Esportes da Prefeitura de São Paulo, na gestão José Serra (PSDB), diz que seria um sonho antigo integrar a Pasta em São Caetano.

 "Desempenhei o trabalho com afinco no secretariado do Serra. Seria um grande orgulho ficar à frente de uma secretaria em minha cidade. Quero deixar claro que não há nada acertado. Entretanto, o prefeito sabe que pode contar comigo para o que considerar necessário", disse o parlamentar.

O deputado declara que já havia tentado exercer o ofício durante a governo de seu pai, Luiz Olinto Tortorello. "Quando meu pai era prefeito, conversei sobre a possibilidade (de ocupar a Pasta), mas ele achava desapropriado."

A intenção aparece justamente em momento delicado pelo qual vive a secretaria comandada por Mauro Chekin, funcionário de carreira da Prefeitura há cerca de 35 anos. No mês passado, o titular da Pasta com a justificativa de corte no orçamento e investimento na base, dispensou 724 atletas da cidade. Além disso, parte dos esportistas afirma que o Paço estava em débito com folha salarial, informação negada pela Prefeitura.

Marquinho Tortorello enfatizou que a finalidade em nada envolve a sua posição política de apoio ao chefe do Executivo. "Não estou exigindo nada em troca de apoio ao prefeito. Somos do grupo, independente de qualquer secretaria."

A ideia, contudo, poderá ganhar força apenas depois do fim de seu mandato-tampão na Assembleia Legislativa, que termina em 15 de março. O deputado tenta ser um dos indicados de Auricchio ao Paço, no posto de titular ou vice.

Marquinho deixou a Pasta paulistana sobre forte pressão em 2005. À época, ventilou-se de que usou de sua posição como secretário para utilizar o espaço público da pista de Interlagos para promover corrida de kart, sem pagar pelo horário. As voltas pelo autódromo teriam levado o prefeito José Serra a exonerá-lo.

Por meio de nota, a Prefeitura informou que Auricchio está satisfeito com a atuação de Chekin, embora reconheça as qualificações técnicas de Marquinho na área.Avesso a comentar conjecturas políticas com vistas às eleições municipais, o prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB), admitiu pela primeira vez que o PSDB pode compor a chapa majoritária na cidade devido ao relacionamento estreito construído nos dois últimos anos com o tucanato.

Com grande leque de partidos aliados no governo, o petebista garante que não leva consigo receio de racha na base por conta de sua indicação à sucessão em 2012. "Temos boa relação com o comando do PSDB, só que é prematuro falar em eleições. Mas o PSDB possui bons quadros que podem seguramente compor a chapa majoritária", considerou o mandatário do Paço, que em 2010 coordenou as campanhas tucanas de José Serra, ao Palácio do Planalto, e Geraldo Alckmin, ao governo do Estado.

Componentes da alta cúpula do PSDB já revelaram que existe a expectativa de que o prefeito de São Caetano indique um nome ao Palácio da Cerâmica que integre o ninho tucano. Em reunião entre integrantes da executiva estadual e Auricchio, há cerca de dois anos, teria sido oficializado compromisso em torno da escolha do indicado.

O presidente do diretório municipal do PSDB, Silvio Minciotti, garante que a executiva ainda não sabe se haverá candidatura própria. "Precisamos analisar se está na hora de o partido lançar candidato. O diretório foi inerte nos dois últimos pleitos. Não podemos achar que já podemos fazer isso ou aquilo. Existe a proximidade natural, porém faremos uma avaliação preliminar."

Um dos nomes para compor essa integração e desenvolver processo de fortalecimento da sigla no município seria o do vereador Paulo Pinheiro (PTB), que recebeu convite para filiar-se ao PSDB. Minciotti rechaça que a proposta teve a conotação de candidatura à sucessão de Auricchio. "Claro que seria interessante ao PSDB a filiação, mas não foi oferecida legenda para candidatura a prefeito. Além disso, ele não sinalizou positivamente."

Questionado sobre a ascensão do vereador, Auricchio observou que Pinheiro poderia contribuir com o plano. "É um bom nome em qualquer circunstância, assim como outros quadros, mas não tenho como citar questão partidária."

Segundo o prefeito, o fantasma da divisão do grupo não o preocupa. "Quando se tem projeto, há abrangência natural de nomes positivos para agregar. Usar instrumentos possíveis de serem utilizados é importante para que se identifique o máximo com a sociedade."

Pinheiro lembra que o último convite foi feito pouco antes do pleito presidencial e que será avaliado na época oportuna. "O grupo vai se reunir e buscaremos o consenso para que se prevaleça a vontade da maioria. Tudo será visto, como o ponto da fidelidade partidária. Gosto do PSDB, porém estou bem no PTB. Preciso conversar com o prefeito. Já expus minha vontade em ser candidato, só que ainda não sei sob quais condições."




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