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Jair Oliveira brilhante em ‘Outro’
Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
27/03/2002 | 20:42
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Músico dedicado, letrista primoroso, produtor elogiado e compositor obsessivo (com mais de 170 canções). Jair Oliveira – agora Jairzinho assina assim –, 26 anos, é o “tudo de bom” da nova geração da MPB. Os elogios rasgados vieram com o primeiro CD, Dis’Ritmia, e aumentam com o lançamento de Outro (Trama, R$ 22 em média). Como o próprio define, um álbum “mais claro, mais limpo e sem a ansiedade do primeiro”.

Jairzinho é modesto, mas sabe o que tem nas mãos. Outro é um grande trabalho, segue a mesma linha de raciocínio de Dis’Ritmia, mas dessa vez com mais maturidade. “Procurei mostrar unidade e coerência para o estilo que venho tentando impor em minha carreira. Os dois discos são parecidos, mas Outro não é uma repetição”, afirmou o músico em entrevista ao Diário.

O resultado brilhante nada mais é do que o reflexo da dedicação do jovem artista. Ao contrário da coleguinha Simony, Jairzinho soube muito bem o que fazer nos anos pós-Balão Mágico. Aos 14 anos, decidiu estudar música. Descobriu Djavan, João Bosco, Gilberto Gil e, finalmente, Tom Jobim. Foi quando a coisa começou a ficar séria. Mais tarde, formou-se na prestigiada Berklee College of Music, em Boston, nos Estados Unidos. E veio Dis’Ritmia e a admiração de grandes nomes, como Ed Motta, que o definiu como uma mistura de Edu Lobo e Djavan.

O músico carioca sempre foi uma referência para Jairzinho. Após o elogio, veio a amizade, seguida de algumas parcerias. “Fizemos a primeira na canção-tema de fim de ano de uma rádio do Rio. Depois, o Ed me enviou uma fita com músicas incompletas e pediu para eu terminá-las”, disse. Uma delas está em Outro. Intitulada Amor e Saudade, traz a participação de Ed Motta também nos vocais.

A faixa que começa a tocar nas rádios é Bom Dia, Anjo. É um single bem romântico, mais do que o resto do disco, que mistura jazz, samba, hip hop, black music e MPB. Paulistano, ele faz duas homenagens à terra natal, na vinheta São Paulo Fim do Dia e Uma Outra Beleza. Há espaço também para o bom humor, como o sambinha Dor de Ressaca. Capricho também no encarte, que imita o rascunho das criações do menino-gênio.




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