"Eu não discuto candidatura em 2006, nem de outros e nem minha. Acho que nós temos de governar o país, porque fomos eleitos para isso. Vai ter um momento em que vamos discutir a questão eleitoral. Por enquanto, nosso lema é cumprir aquilo que nós nos propusemos a fazer."

Lula foi perguntado também sobre a proposta de reeleição para os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal – projeto que já foi barrado este ano, mas que pode voltar à tona depois das eleições municipais. "Se você não coloca um freio, você perpetua um presidente da Câmara ou do Senado durante 20 ou 30 anos, o que é ruim. Mas eu te confesso que, num país que tem reeleição para presidente, governador e prefeito, você dizer que uma casa legislativa não pode ter sua própria reeleição interna é no mínimo uma contradição."

O presidente disse que acha "esquisita para o processo democrático" a atual norma que rege o processo sucessório no Congresso. Hoje, os presidentes das duas Casas podem se reeleger apenas se estiverem no cargo durante os dois últimos anos do mandato parlamentar e se forem eleitos para o mandato seguinte. Os presidentes que ocupam o cargo nos dois primeiros anos do mandato não podem se reeleger.

"Se terminar um mandato e começar outro, eu posso ser presidente da Câmara, como já aconteceu várias vezes. Agora, eu não posso ser no meio do período. Eu acho que isso é uma coisa esquisita para o processo democrático."

Depois de opinar sobre o assunto, Lula ressaltou que a reeleição no comando do Congresso "não é problema da Presidência da República" e deve ser resolvida apenas no Legislativo.

"Se acontecer a reeleição, que eu não sei se vai acontecer, eu vou ter um candidato na Câmara e um no Senado. Mas, por enquanto, eu espero que eles decidam o que fazer sem que haja qualquer ingerência do Poder Executivo."