Funcionários da defesa israelense antecipam uma tranqüila transiçao do poder na Síria por considerar que o presidente sírio Hafez al-Assad assegurou a sucessao de seu filho antes de morrer, na semana passada. Os altos chefes militares, que falaram neste domingo sob a condiçao de anonimato, acreditam que Bachar al-Assad consolidará o poder ``ao término de duas semanas'.

Os funcionários consideram que Bachar manterá as políticas de seu pai, e salientaram o fato de que nos últimos meses seu pai havia afastado de seu regime algumas ameaças que pudessem afetar a sucessao de seu filho, de 34 anos. Mas também ressaltaram que depois da morte do presidente sírio ``nao se moveu nenhum soldado israelense'.

O dócil parlamento sírio tem se mobilizado preventivamente para avalizar Bachar como próximo líder nacional.

Ainda que as relaçoes com a Síria tenham esfriado desde que se interromperam as conversaçoes de paz em fevereiro, Israel confiava que Hafez al-Assad manteria a tranqüilidade no sul do Líbano depois da retirada das tropas israelenses no mês passado após uma ocupaçao de 18 anos.

O premiê israelense, Ehud Barak, e os comandantes do exército confiam na estabilidade.

``Esperamos que a liderança síria permaneça estável e que a situaçao siga assim até que se escolha um sucessor', disse o major-general Gabi Ashkenazi, que comanda as forças armadas do norte de Israel.

Alguns líderes israelenses, entretanto, manifestaram preocupaçao pela estabilidade síria e sua capacidade de manter a ordem no Líbano depois da morte de Assad. Horas depois do anúncio da morte, o ministro de Turismo, Amnon Lipkin-Shahak, negociador com a Síria, prognosticou um longo período de incertezas.

Este pronunciamento irritou a Barak, que nao quer prejulgar a capacidade do jovem Bachar, um médico educado no ocidente, pois acredita que sustenta posiçoes mais moderadas que seu pai para o processo de paz.