As metas da PDP (Política de Desenvolvimento Produtivo), anunciadas semana passada pelo governo, são modestas na comparação com os mesmos indicadores em outros países. A avaliação é do professor da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo Antonio Correa de Lacerda.

Segundo ele, o País conseguirá avançar comparado aos próprios indicadores no passado, mas ainda assim ficará aquém de taxas atuais de outros países emergentes ou mesmo desenvolvidos.

"Algumas das metas são muito tímidas, com destaque para a participação almejada das exportações brasileiras no total mundial, apenas 1,25% ou US$ 209 bilhões em 2010", afirma Lacerda, que presidiu a Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica) e é autor do livro ‘Globalização e Investimento Estrangeiro no Brasil'.

A taxa de exportações no comércio global é inferior a de outros países. O México, por exemplo, vende ao exterior US$ 272 bilhões ao ano e participa com 2% do comércio internacional. Já a China, com vendas externas anuais de US$ 1,218 trilhão, responde atualmente por 8,8% do fluxo total de comércio entre os países.

Mesmo em outros indicadores, as metas são modestas, indica o professor. "A mesma crítica pode ser feita quanto aos demais indicadores, como investimentos e Pesquisa & Desenvolvimento."

Para o professor, as metas estão distantes dos referenciais de qualidade internacionais. Contudo, ele argumenta que a proposta do governo deve ser apoiada e encarada como "retomada da temática no âmbito governamental e na sociedade". Outra questão será, na avaliação do economista, vencer o que chama de resistências localizadas dentro do próprio governo, como da Receita Federal, na questão da desoneração tributária.