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Preços dos eletroeletrônicos caem até 48%
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
29/05/2011 | 07:21
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Nairo Barbosa/DGABC


O estagiário de engenharia Daniel Luvizotto Natel, de São Caetano, sofre todos fins de semana por conta da realização de seu desejo: comprou um iPhone por R$ 900, parcelado em seis vezes, valor equivalente a 45% do preço do aparelho no ano passado, quando o produto brilhou aos seus olhos. "As parcelas deixam meu orçamento comprometido. Tenho saído pouco nos fins de semana por isso. Mas valeu a pena, porque pelo preço do ano passado não conseguiria comprar", disse. "A satisfação compensa o esforço."

Natel foi um dos consumidores beneficiados com o fenômeno que ocorre com a maioria dos eletroeletrônicos, a deflação. Levantamento do Diário com base em dados do Sidra (Sistema IBGE de Recuperação Automática) aponta que a inflação às famílias com renda entre um e quarenta salários-mínimos aumentou o custo de vida em 30,1% em cinco anos e quatro meses, encerrados em abril. No mesmo período, os aparelhos eletroeletrônicos tiveram deflação de até 48,6%, que é o caso do televisor. O aparelho celular, por exemplo, ficou 11% mais barato.

Vários fatores contribuíram para que esses aparelhos coubessem, cada vez mais, no bolso do consumidor. Mas o avanço tecnológico tem maior peso. No caso da televisão, a evolução do tubo para as telas de LCD, LED e 3D impulsionou a queda nos preços das tecnologias mais antigas, o que, aliado à vontade do consumidor de experimentar novas sensações, deixou o produto como uma commodity, com grande demanda, avaliou o presidente do Provar (Programa de Administração do Varejo) da FIA (Fundação Instituto de Administração), Claudio Felisoni.

A gerente do IPCA do IBGE, Irene Machado, acrescenta que o varejo aproveita a demanda aquecida pelos eletroeletrônicos e o surgimento de novos produtos para realizar promoções com aparelhos mais antigos, o que contribui para derrubar a média dos preços. Mas destaca que a queda no dólar nos últimos cinco anos teve seu peso. "Esses produtos têm muitos componentes eletrônicos, que são importados."

A moeda norte-americana recuou 32% em cinco anos e quatro meses encerrados em abril. Dados do Banco Central mostram que a taxa de câmbio em 2 de janeiro de 2006 era de R$ 2,33. No dia 30 de abril, a moeda valia R$ 1,57.

O Diário procurou a Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônico), mas a entidade informou que não comenta preços aos consumidores.

 

Transparência das informações e crédito farto estimulam reduções

A economia aquecida, o crédito farto e a maior presença de marcas são os fatores apresentados como estímulos à deflação dos aparelhos eletroeletrônicos pelo coordenador do núcleo de varejo da ESPM, Ricardo Pastore.

O presidente do Provar/FIA, Claudio Felisoni, inclui a internet na lista de motivos para o recuo nos preços. "A informação chega em segundos aos consumidores. É transparente." Ele diz que as famílias têm mais facilidades do que há alguns anos para pesquisar antes de comprar, o que estimula a competição do varejo.

Mesmo sem o auxílio da internet, os consumidores estão mais conscientes sobre a diversidade de opções no mercado. O empresário de São Caetano Edvaldo Feltran, por exemplo, pesquisou em duas grandes redes varejistas e comprou uma TV de LED 40 polegadas na loja que tinha promoção.




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