Intenso e vibrante. Deste modo pode-se resumir Lord of The Dance, espetáculo de dança irlandesa em cartaz neste fim de semana na Via Funchal, em São Paulo. Diferentemente de qualquer apresentação do tipo - em que o silêncio é quebrado apenas no fim da performance -, as palmas da plateia fazem parte do show e ajudam a marcar a batida dos pés dos bailarinos.

Lord of The Dance é antigo, foi criado em 1996 pelo bailarino norte-americano de sangue irlandês Michael Flatley, atualmente diretor artístico do grupo. Em 15 anos de apresentações pelos palcos de 67 países arrebatou mais de 100 milhões de espectadores. Esta é a segunda vez que os brasileiros têm a chance de assistir à obra; a primeira foi há dez anos.

A trama traz a eterna disputa entre o bem e o mal. Little Spirit, entidade mágica, viaja pelo tempo para ajudar o Senhor da Dança a proteger seu povo de Don Dorcha, o Senhor da Escuridão.

A história é apenas o fio condutor, pretexto para mostrar a habilidade e a fluência dos 50 bailarinos. Quando as mulheres tomam conta da cena, destacam-se a leveza e a precisão. Sem nenhuma demonstração de esforço, elas atravessam o palco em poucos movimentos.

Na vez dos homens, imperam a força e a variedade dos passos feitos apenas com os pés. Assemelham-se a um exército. Impossível não se impressionar com a atuação dos solistas. Ponto alto do show é o duelo entre os protagonistas masculinos. Nesse momento, o público entra em êxtase.

As coreografias em conjunto priorizam os desenhos no palco, uma das principais características da companhia. Filas, círculos e diagonais impecáveis mudam a cada instante, acompanhando a intensidade do sapateado e da música. Além dos bailarinos, duas violinistas e uma cantora complementam o espetáculo com trilha tradicional irlandesa.

Com tantos saltos e batidas de pés é de se imaginar que os artistas terminem o show exaustos. Não é o que parece, no entanto. A energia é a mesma do começo à reverence final, bisada diversas vezes devido ao clamor da plateia.

Lord of The Dance Na Via Funchal (Rua Funchal, 65, tel.: 3846-2300), em São Paulo. Ingressos: R$ 80 a R$ 300.