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Câmara abafa denúncia contra braço-direito de Diniz
Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
24/02/2012 | 07:58
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A Câmara de Mauá abafou ontem a denúncia de que o diretor de manutenção e abastecimento da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), Vladimilson Garcia, o Bodinho, construiu a casa onde mora com dinheiro da autarquia. O acusado nega veementemente.

Na primeira sessão após a acusação do empreiteiro José Vieira da Rocha, procurador da Comercial Nova Rochamar, publicada pelo Diário domingo, os vereadores sequer citaram o assunto na tribuna e, em entrevistas, defenderam Bodinho. A exceção foi Manoel Lopes (DEM), irmão do superintendente da Sama, Diniz Lopes (PR).

O democrata prometeu apresentar requerimento na terça-feira questionando o processo de 2010 que culminou na contratação da Nova Rochamar. Segundo Vieira, além de destinar 26 metros cúbicos de concreto usinado à casa de Bodinho (que na época respondia interinamente pelo comando da autarquia), o braço-direito de Diniz teria direcionado a compra do material, solicitando que a própria Nova Rochamar apresentasse outros dois orçamentos de firmas diferentes, e que o da empresa de Vieira fosse o de menor valor.

Coincidência ou não, Diniz compareceu rapidamente à plenária de ontem. Cumprimentou e manteve conversas ao pé do ouvido com alguns vereadores, mas deixou o Legislativo após dez minutos e sem falar com a imprensa. Os parlamentares defenderam a "visita de cortesia" e "sem relação com o caso", já que o republicano já presidiu a Câmara.

No mais, governistas desqualificaram a denúncia de Vieira. "Ele está a serviço da Vanessa Damo (deputada estadual e pré-candidata a prefeita pelo PMDB) e do (José Carlos) Orosco (presidente do PMDB municipal e marido de Vanessa). Não tem credibilidade", sustentou Luiz Alfredo Simão (PSB). "Por que só fez a denúncia agora (em ano eleitoral)?", estranhou Irmão Ozelito (PTB). "O mau da política é este (oportunismo)", concluiu.

O presidente da Casa, Rogério Santana (PT), e Alberto Betão Pereira Justino (PTdoB) questionaram o meio utilizado por Vieira para fazer a acusação. "A pessoa se sente injustiçada e, ao invés de procurar a polícia ou o Ministério Público procura a imprensa?", indagou o petista, ressaltando que qualquer investigação parlamentar deve partir de algo fundamentado. "E ele não tem prova."




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