Vereadores, candidatos à reeleição e concorrentes
aos Paços, desprezam mandatos e priorizam votos
Eleitos para cumprirem mandatos até dezembro deste ano, vereadores do Grande ABC têm desprezado os trabalhos nos Legislativos para se dedicar à eleição de outubro. Na primeira semana de campanha eleitoral – começou na terça-feira –, as sessões nas Câmaras da região foram improdutivas e, na maioria das vezes, realizadas de forma relâmpago.
Prática comum em todas as eleições, tendo em vista que a maioria opta por concorrer a mais um mandato ou se candidatam a prefeitos, a pisada no freio no cumprimento de obrigações do mandato se repetem novamente neste ano.
Além de sessões mornas, sem discussões amplas de projetos e realizadas às pressas, dificilmente parlamentares são encontrados em seus gabinetes despachando ou atendendo a população. Amparados pela Legislação Eleitoral, que não proíbe que parlamentares façam campanha com a legislatura ainda vigente, vereadores optam por pedir votos na rua.
Das quatro últimas sessões na Câmara de Santo André, apenas uma vez os parlamentares votaram projetos. Nas demais ocasiões, os trabalhos foram suspensos por falta de quórum. “Temos a obrigação de estar lá (no plenário). Não dá para nos negligenciar (no período eleitoral). Vários estiveram presentes (nas sessões). Não dá para dizer que isso se deve a clima de eleição. Nada impede nosso trabalho durante o pleito”, minimizou o presidente do Legislativo andreense, bispo Ronaldo de Castro (PRB).
Na vizinha São Bernardo, a já comum suspensão dos trabalhos ficou mais evidente na quarta-feira. Principal pauta do momento, a CPI do Imasf (Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo) não destravou. A instalação das investigações já emperra há um ano. A sucessão municipal, inclusive, motivou o congelamento. Para evitar que a CPI se transforme em vitrine eleitoral da oposição, governistas decidiram obstruir a indicação dos integrantes da comissão.
Na Câmara de São Caetano, as sessões têm durado cerca de uma hora há semanas. Na quinta-feira, vereadores só realizaram sessão extraordinária para votar o Plano Municipal de Mobilidade Urbana (leia mais abaixo) porque o governo demorou para mandar o projeto à Casa e não conseguiu emplacar a votação no primeiro semestre, antes do recesso parlamentar.
Os calorosos debates entre oposicionistas e governistas no Legislativo de Diadema foram deixados de lado. Com dois vereadores candidatos ao Paço – Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT) e Vaguinho do Conselho (PRB) –, a principal pauta da sessão de quinta-feira foi a licença de Lauro Michels (PV) da Prefeitura. O verde quer liquidar a disputa já no primeiro turno.
Alvo de manifestações, por duas semanas consecutivas, que exigem a abertura da CPI das Almôndegas, a Câmara de Mauá foi poupada da pressão popular na terça-feira, o que levou os parlamentares a abrirem mão dos discursos e encerrem os trabalhos em uma hora. Em Ribeirão Pires, a sessão chegou a iniciar com atraso por conta dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.
(Colaboraram Fábio Martins, Leandro Baldini e Vitória Rocha)
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