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CPI busca elo entre morte de PC e de ex-governador do AC
Do Diário do Grande ABC
07/11/1999 | 20:02
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Os integrantes da CPI do Narcotráfico esperam encontrar nas investigaçoes que farao em Campinas (SP) nesta semana as peças que faltam para elucidar as mortes do ex-governador do Acre Edmundo Pinto e do empresário alagoano Paulo César Farias. Eles suspeitam de ligaçao entre os dois assassinatos e o narcotráfico.

Os deputados Pompeo de Mattos (PDT/RS) e Robson Tuma (PFL/SP) devem interrogar várias pessoas ligadas ao empresário Willian Walder Sozza, acusado de comandar em Campinas uma conexao do crime organizado que teria vínculos com a quadrilha chefiada pelo deputado cassado Hildebrando Pascoal. Mattos acredita que esses depoimentos poderao revelar os mandantes dos dois crimes.

"As mortes de PC Farias e do governador Edmundo Pinto nao sao fatos isolados", afirma o deputado. "Se conseguirmos avançar nas investigaçoes, vamos desvendar os dois casos", sustenta Mattos. Ele lembra que alguns depoimentos prestados à CPI do Narcotráfico evidenciam as conexoes do grupo de Campinas com os grupos do Acre, liderado por Pascoal, suspeito de ter encomendado a morte do governador, e do Maranhao, que teria vínculos com a família Farias.

Testemunha - As suspeitas da CPI sao reforçadas pelo depoimento de uma testemunha do Acre, que está sendo preservada pelos integrantes da Comissao. Eles a identificam como Ezequiel e tentam convencê-la a depor formalmente na CPI . Segundo a deputada Laura Carneiro (PFL/RJ), essa testemunha confirma que Hildebrando Pascoal viajava constantemente para Campinas.Investigadores da Comissao estao tentando mapear essas viagens pesquisando nos registros dos hotéis de Campinas e Sao Paulo.

Pascoal está preso em Brasília, mas será levado esta segunda-feira (08) (08) para Rio Branco (AC), onde prestará depoimento. O deputado cassado será escoltado por dez agentes do Comando de Operaçoes Táticas da Polícia Federal e deve retornar a Brasília na próxima sexta-feira. O esquema de deslocamento de Pascoal está sendo mantido em sigilo pela Polícia Federal.

Estratégia - Os deputados Pompeo de Mattos e Robson Tuma devem reunir-se na quarta-feira com o presidente da CPI, deputado Magno Malta (PTB-ES), e com o relator, Moroni Torgan (PFL-CE), para traçar a estratégia da investigaçao em Campinas. Os dois farao as investigaçoes preliminares a partir de quinta-feira ou sexta-feira. Os demais integrantes da CPI devem juntar-se a eles na semana que vem para ouvir testemunhas oficialmente e fazer diligências. Eles também devem acompanhar as operaçoes de busca do empresário Willian Sozza, que está foragido há 25 dias e com prisao preventiva decretada.

Nesta semana, a CPI poderá ouvir o depoimento de novas testemunhas. A deputada Laura Carneiro vai propor a convocaçao do doleiro Khaled Nawaf Aragi, suspeito de lavar dinheiro para o traficante Luís Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Aragi é dono de uma casa de câmbio e foi preso em Ponta-Pora (MS), cidade que faz fronteira com o Paraguai. O doleiro foi transferido para o Rio de Janeiro na sexta-feira.




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