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Gra-Bretanha pode permitir clonagem de embrioes humanos
Do Diário do Grande ABC
03/04/2000 | 15:09
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A Gra-Bretanha poderá aprovar em breve uma legislaçao que vai permitir a clonagem de embrioes humanos, com o objetivo de colaborar nas pesquisas científicas, abrindo caminho para a criaçao de órgaos de reposiçao, informou o Daily Telegraph.

Um grupo de especialistas, liderado pelo principal funcionário do governo para assuntos médicos, Liam Donaldson, concluiu, depois de um estudo de 12 meses, que os benefícios em potencial da clonagem de embrioes para criar tecidos destinados à cura das doenças excediam, em muito, os questionamentos éticos.

Contudo, o Departamento de Saúde informou que o relatório do grupo especializado nao estava concluído e se acreditava que levará algum tempo até ser enviado à consideraçao dos ministros. "Todas as informaçoes sobre o que o governo vai fazer, o que pode acontecer, é prematuro e puramente especulativo", disse uma fonte do Departamento de Saúde.

A clonagem está proibida na Gra-Bretanha, mas o governo analisa a possibilidade de permitir uma exceçao para que os pesquisadores possam criar embrioes por clonagem, que nao podem ultrapassar mais de 14 dias de vida, muito menos ser implantados em úteros. Isso permitiria aos cientistas extrair as células maes, denominadas células troncais embrionárias, quando os embrioes tiverem uma idade de apenas alguns dias. A partir das células troncais, desenvolvem-se as de todos os tecidos do corpo, ao tempo em que o embriao se transforma em feto.

O jornal atribuiu a fontes do governo a informaçao de que é quase certa a decisao acabar com a proibiçao da clonagem terapêutica de embrioes para ajudar na pesquisa dos métodos de curar as doenças, por exemplo, dos rins, do fígado e do coraçao. Ainda de acordo com o jornal, o governo iniciará um debate público sobre a questao para explicar os benefícios potenciais. Os adversários ao procedimento receiam que este caminho possa levar à criaçao de todo tipo de célula adulta e consequentemente à clonagem de seres humanos. Os cientistas criariam um embriao clone de um doente e extrairiam células geneticamente idênticas para substituir, por exemplo, a médula óssea de quem sofre de leucemia ou as partes do músculo cardíaco afetadas por um ataque.,p> Em 1999 o governo britânico, ignorando os especialistas, proibiu a clonagem de embrioes humanos com fins médicos, argumentando que seria necessário mais tempo para considerar as implicaçoes. Naquele momento, a empresa que financiou a clonagem, em 1996, da ovelha Dolly, a primeira de um mamífero a partir de uma célula adulta, declarou que a Gra-Bretanha estava correndo o risco de ficar atrasada num campo científico fundamental.




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