A autoria é do multiartista paranaense Arrigo Barnabé e do poeta e dramaturgo argentino Alberto Muñoz, uma parceria que foi iniciada em 1994. Barnabé assina a música e Muñoz, o libreto. No palco, entre outros artistas, oito músicos – com percussões, guitarra elétrica, violoncelo e pianos acústicos, por exemplo.
Inspirado numa história de neurose infantil de Freud, o argumento trata do problema de Antonio (Tiago Pinheiro), pianista em crise porque se vê impedido de compor pois desenvolveu uma fobia em relação ao piano: teme que a tampa do instrumento caia sobre suas mãos.
Ele então busca ajuda da psicanalista Clara (Cida Moreira), e expõe muito de seu passado. Por fim, descobre quase toda a verdade sobre a origem da tal fobia.
No papel de Celine, mãe de Antonio, a mezzo-soprano Celine Imbert. Sandro Kristofer encarna Hector, pai do pianista. Barnabé e Ana Amélia fazem a narração. E a programação visual e o cenário levam a assinatura do desenhista Luis Gê.
Os crocodilos do título do espetáculo, e a personagem Clara, unidos, remetem ao nome do emblemático e revolucionário disco experimental Clara Crocodilo, de 1980, de Barnabé – um diálogo entre a música erudita e a popular que sacudiu os alicerces da música brasileira naquele início dos anos 80.
Clara Crocodilo, há pouco tempo disponível apenas em vinil, foi relançado em CD. Barnabé também preparou e lançou uma releitura do disco.
Esquecido na cena musical nacional, Barnabé (do qual o Clara Crocodilo tornou-se marco divisório da música contemporânea produzida no Brasil) está de volta e bem acompanhado. Ele, Muñoz e os crocodilos.
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