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Neurose de Freud inspira Arrigo em ópera
Everaldo Fioravante
Do Diário do Grande ABC
15/11/2001 | 19:47
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O Homem dos Crocodilos – Um Caso Clínico em Dois Atos, chamada de ópera contemporânea, estréia às 18h desta sexta no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em São Paulo. A curta temporada vai até domingo, e depois continua de 21 a 25, sempre no mesmo horário. Os ingressos custam R$ 15.

A autoria é do multiartista paranaense Arrigo Barnabé e do poeta e dramaturgo argentino Alberto Muñoz, uma parceria que foi iniciada em 1994. Barnabé assina a música e Muñoz, o libreto. No palco, entre outros artistas, oito músicos – com percussões, guitarra elétrica, violoncelo e pianos acústicos, por exemplo.

Inspirado numa história de neurose infantil de Freud, o argumento trata do problema de Antonio (Tiago Pinheiro), pianista em crise porque se vê impedido de compor pois desenvolveu uma fobia em relação ao piano: teme que a tampa do instrumento caia sobre suas mãos.

Ele então busca ajuda da psicanalista Clara (Cida Moreira), e expõe muito de seu passado. Por fim, descobre quase toda a verdade sobre a origem da tal fobia.

No papel de Celine, mãe de Antonio, a mezzo-soprano Celine Imbert. Sandro Kristofer encarna Hector, pai do pianista. Barnabé e Ana Amélia fazem a narração. E a programação visual e o cenário levam a assinatura do desenhista Luis Gê.

Os crocodilos do título do espetáculo, e a personagem Clara, unidos, remetem ao nome do emblemático e revolucionário disco experimental Clara Crocodilo, de 1980, de Barnabé – um diálogo entre a música erudita e a popular que sacudiu os alicerces da música brasileira naquele início dos anos 80.

Clara Crocodilo, há pouco tempo disponível apenas em vinil, foi relançado em CD. Barnabé também preparou e lançou uma releitura do disco.

Esquecido na cena musical nacional, Barnabé (do qual o Clara Crocodilo tornou-se marco divisório da música contemporânea produzida no Brasil) está de volta e bem acompanhado. Ele, Muñoz e os crocodilos.




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