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Fiscais fazem ‘rapa’ no Centro de Santo André
Rogério Gatti
Do Diário do Grande ABC
19/09/2006 | 22:18
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Há 60 dias a Prefeitura de Santo André está combatendo de forma ostensiva a venda de vales-transporte feita por camelôs nas ruas ao redor do terminal no Centro da cidade. Já foram apreendidos mais de 3 mil bilhetes, com valores entre R$ 0,10 a R$ 2,10.

A operação dos fiscais conta com o apoio da Guarda Civil Municipal e da Polícia Militar e atua no local diariamente das 11h às 19h.

Apesar de ser uma atividade ilegal, os vendedores de bilhetes reclamam da fiscalização. O ambulante André, 41 anos, que vende vales-transporte no terminal há mais de um ano é um dos que reclama. “Às vezes, somos tratados como bandidos e temos que sair correndo. Só quero trabalhar e sustentar a família.”

Os bilhetes apreendidos são encaminhados para o Banco de Alimentos da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrada de Santo André), e de lá serão direcionados para instituições atendidas pelo programa, direcionados a pessoas que usam transporte coletivo.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Administração de Santo André, na próxima semana as entidades devem receber os bilhetes. Os vales-transporte chegam às mãos dos camelôs por uma única via: trabalhadores que recebem o benefício e trocam nas barraquinhas por dinheiro vivo.

Segundo os camelôs, os bilhetes são adquiridos por cerca de 80% do valor e repassados aproximadamente por 85%. “Tudo o que a gente compra é vendido, o giro é muito rápido e dá para ganhar um bom dinheiro”, garante Valdemar, que atua no terminal há dois anos. Um bilhete de R$ 2,10, por exemplo, é comprado por R$ 1,70 e revendido por R$ 1,80.

Para Francisco Bernardino Ferreira, gerente jurídico da Associação de Empresas de Transporte Coletivo, o trabalhador que recebe o benefício e vende para um camelô está dando um tiro no próprio pé: “Ele é o maior prejudicado, pois vai gastar o dinheiro e depois terá que pagar pelo transporte normalmente”. Ainda para Bernardino, não há como punir o trabalhador que vende: “Seria como fazer uma sansão para o pedestre que atravessa fora da faixa”.



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