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Dois presos morrem e seis sao feridos em Mirandópolis
Do Diário do Grande ABC
15/05/2000 | 16:47
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Dois presos morreram e seis ficaram feridos durante uma briga na Penitenciária I de Mirandópolis, a 630 quilômetros de Sao Paulo, no noroeste do Estado. A briga entre grupos rivais começou domingo à tarde no pátio externo, na ala três. A situaçao só foi controlada nesta segunda-feira, com a transferência de vários detentos, informou a direçao do presídio.

Edson de Oliveira, 31 anos, e Marcos Aurélio Cazélia, 21, ambos da capital paulista, foram mortos a golpes de estilete. Quatro presos permaneciam internados nesta segunda-feira: José Ferreira Neto, Ozias Franco de Oliveira, José Ricardo Elias e Geovani da Silva.

De acordo com o boletim de ocorrência, alguns presos chegaram subir no telhado da penitenciária para fugir da violência, mas a Polícia Militar atirou para o alto, obrigando-os a voltar. O assistente de direçao da penitenciária, Márcio André disse, contou que dois presos conseguiram passar outra ala e fugir da violência. Segundo André, os agentes penitenciários nao puderam evitar a tragédia, pois "tudo aconteceu muito rápido".

Assassinos - Segundo André, a direçao da penitenciária já sabe quem foram os assassinos e eles serao denunciados pelos agentes de segurança ,que presenciaram a agressao. Ele disse que os acusados pertencem ao PCC- Primeiro Comando da Capital, um dos grupos que controlam as penitenciárias do Estado. Eles quem exigem da populaçao carcerária prestaçao de serviços como limpeza e divisao obrigatória de benefícios como comida e cigarro. A briga teria começado porque o grupo submisso se rebelou.

O delegado de polícia de Mirandópolis, Natanael Pinheiro da Silva, disse que os assassinatos sao freqüentes na Penitenciária I, mas a apuraçao dos fatos é complicada. "Nossa delegacia tem 100% de esclarecimento dos crimes ocorridos no município, mas é zero o índice dos homicídios esclarecidos na penitenciária", disse Silva. O delegado atribui a impunidade ao pacto de silêncio entre os presos e a falta de outras testemunhas.

Pinheiro da Silva disse ser obrigaçao do Estado manter a integridade física do preso. Segundo ele, na cadeia da delegacia, até os horários de lazer no pátio sao controlados para que os grupos rivais nao se encontrem. "Também providenciamos transferências para evitar mortes ou violência", disse o delegado.




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