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Saddam Hussein pede unidade e prudência aos iraquianos
Da AFP
19/12/2004 | 19:10
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O ex-ditador do Iraque Saddam Hussein fez um apelo aos iraquianos à união e à prudência nas eleições de 30 de janeiro, anunciou neste domingo o porta-voz da banca coletiva de defesa do presidente deposto, repetindo as palavras do advogado iraquiano Khalil al-Doulaïmi que esteve na quinta-feira com o cliente, na prisão.

Saddam Hussein fez estas "recomendações" durante o primeiro encontro com um de seus advogados iraquianos, precisou Ziad Khassaouneh, um jordaniano, durante uma entrevista à imprensa.

Segundo ele, Saddam chegou a recitar versículos do Al Corão para falar sobre essa união.

Um outro integrante da banca coletiva, o libanês Adnane Dennaoui, declarou que durante o encontro Saddam Hussein havia pedido notícias de seu país, quando foi informado sobre os preparativos eleitorais.

"Neste momento, o presidente disse que o povo iraquiano deveria manter-se prudente em relação a esta questão".

Khalil al Doulaïmi, que chegou à Jordânia na noite de sábado, não estava presente na entrevista à imprensa deste domingo. Segundo seus colegas, ele precisou retornar ao Iraque por motivos profissionais e pessoais.

De acordo com integrantes da banca coletiva, Doulaïmi recebeu várias ameaças e foi vítima de uma emboscada, sendo alvo de tiros, há 12 dias. Os advogados também afirmaram que o governo interino iraquiano e as forças americanas são responsáveis pela segurança de Doulaïmi.

"O advogado iraquiano foi levado ao encontro de Saddam num tanque, ignorando para onde estava sendo conduzido", comentou Khassaouneh, acrescentando que a entrevista foi realizada sob a supervisão de militares americanos.

"O presidente está detido num cubículo de 3 por 5 metros (...). Está completamente isolado do mundo", lamentou Khassaouneh, afirmando, no entanto, que Saddam Hussein aparentava bom estado de saúde e moral.

O presidente deposto acusou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha de não "fazer seu trabalho humanitário", afirmando ter recebido apenas duas cartas da família desde sua captura em dezembro de 2003.

A banca coletiva de defesa, que instalou seus escritórios em Amã, compreende 23 membros, entre eles o ex-ministro francês das Relações Exteriores, Roland Dumas, a filha do líder líbio, Aïcha Muammar Kadhafi, e um advogado americano, escolhido pela mulher de Saddam Hussein, Sajida, e suas três filhas.

Saddam Hussein concedeu à banca uma procuração entregue a Doulaïmi durante o encontro de quinta-fiera, para representá-lo e garantir sua defesa.

Os advogados reafirmaram que o TSI (Tribunal especial iraquiano) que deve julgar Saddam Hussein e 11 outros dirigentes de seu regime é "ilegal" e que seus processos são "inválidos".




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