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Vôlei à lá Moreno
Bianca Daga
Especial para o Diário
08/06/2010 | 07:55
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Ele já fez de tudo. Em meio século de vôlei, já foi jogador, técnico, dirigente esportivo e inclusive diretor de Esportes de Santo André, cidade onde nasceu e mora até hoje. Aos 62 anos de idade, Antônio Carlos Moreno, primeiro ídolo do vôlei brasileiro, joga por uma equipe de veteranos de São Paulo e disputa campeonatos internacionais por um time do Havaí. Além disso, o jovem atleta - de espírito com certeza - trabalha com consultorias de recursos humanos em empresas, utilizando os valores do esporte para formar profissionais vencedores.

O faz tudo começou a jogar aos 11 anos em clubes andreenses como o Aramaçan e a Pirelli e ainda menino, aos 17, ganhou de presente a responsabilidade de defender a Seleção Brasileira em época que o vôlei estava longe de ser o sucesso que é hoje. No início da década de 1970, a modalidade era dominada por europeus e asiáticos e sem conseguir superar os adversários dentro das quadras, o Brasil resolveu viajar para aprender o segredo do bom vôlei.

"Nessa época, era muito difícil. Tínhamos um modelo de desenvolvimento muito fraco, sem conhecimento e condições de treinamento. Em 1972, fui para o Japão e trouxe muita metodologia, colaborando para desenvolver um vôlei mais forte no Brasil. Esse foi o pontapé inicial", contou o craque. "Fico muito feliz em ver o vôlei como está hoje e saber que as pessoas lembram que eu plantei a semente", completou.

E esse orgulho todo não é para menos. Ao todo, foram 366 jogos pela Seleção Brasileira e muitos títulos. Defendendo as cores verde e amarela, Moreno foi sete vezes campeão sul-americano, três vezes medalha de prata e uma bronze em Jogos Pan-Americanos, além de quatro participações em mundiais e quatro em olimpíadas.

O fim da carreira profissional veio em 1982, quase que por falta de opção e foi um dos momentos mais complicados da vida do jogador. "Foi uma das coisas mais difíceis da minha vida. Eu já estava muito ligado a outros trabalhos, como o de técnico e o de professor, que infelizmente, me davam mais dinheiro. O vôlei não rendia como rende hoje. Éramos nós, atletas, que pagávamos nossa condução e nosso uniforme. Então, foi ficando complicado."

SEGUIDORES - Formado em Educação Física e Administração de Empresas, Moreno ainda exerce a função de ser pai, e de seis filhos.

E o melhor disso tudo para o ídolo do esporte é que quatro de sua prole atuam no vôlei. "É muito gratificante. Sempre incentivei, porque o esporte ensina valores que são complicados de repassar dentro de casa. O esporte é um grande professor para a vida", concluiu.

 

Por meio de palestras, ele ensina o que aprendeu com a vivência esportiva

 

Verdadeira autoridade no mundo do vôlei, Antônio Carlos Moreno, ou simplesmente Moreno, como ficou conhecido, tem como prioridade repassar todo o conhecimento que ganhou com o esporte. E é isso que o cinquentão do vôlei fará amanhã, no Primeiro de Maio Futebol Clube.

Moreno ministrará na associação a palestra ‘Os nossos valores e os nossos desafios', que tem como objetivo mostrar para as pessoas que elas são capazes de superar obstáculos e desafios.

"Eu ainda era um menininho saído de Santo André quando entrei em quadra para enfrentar campeões do mundo. Não era fácil e dava até medo, mas em nenhum momento desisti. E hoje, estou aqui, orgulhoso disso", ressaltou o ex-atleta.

Moreno costuma dizer que fez parte da "geração de lata", já que nas referências aos esporte é comum que as pessoas lembrem-se das chamadas geração de prata, vice-campeã dos Jogos Olímpicos de 1984, realizados em Los Angeles, com nomes do porte de William, Xandó, Montanaro, entre outros, e da geração de ouro, que em Barcelona (1992), surpreendeu o mundo e trouxe o ouro para casa. Feito que seria repetido em Atenas (2004), mas aí já estava formada a ‘escola brasileira'.

Poucos anos depois disso, em 2007, Moreno foi lembrado com carinho. O craque das quadras foi um dos escolhidos para carregar a tocha pelas ruas de São Paulo, antes dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, assim como outros nomes da elite do esporte como Ana Moser, Hortência e Magic Paula.

Em outra década mais distante, Moreno já tinha representado o Brasil na competição. Foi porta-bandeira do País nos Jogos Pan-Americanos do México, em 1975.




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