O São Caetano deu mostras de que ainda precisa melhorar muito se quiser se classificar entre os oito que passam à segunda fase do Campeonato Paulista. Apagado e sem criatividade, foi derrotado pelo também fraco Mogi Mirim por 1 a 0, fora de casa, e segue com 11 pontos, na zona intermediária da tabela. Foi a segunda derrota seguida do Azulão, que no sábado caiu ante o Corinthians.

Na primeira etapa, as equipes fizeram justiça à Quarta-Feira de Cinzas. Pareciam recém-saídas de praça do samba. Demonstraram lentidão e pouca objetividade, o que tornou a partida tecnicamente fraca. O São Caetano e o Sapão abusaram da cautela e um ficou esperando que o outro tomasse a iniciativa de atacar. Resultado: jogo truncado, com poucas alternativas ofensivas e muitas faltas.

A opção de Márcio Araújo por Ailton atuando avançado pela direita no lugar de Geovane juntamente com Pedro Júnior não deu certo. Por ser meia-armador, ficou perdido no ataque e ainda com a obrigação de voltar para marcar. Marcelo Costa fez a mesma função pela esquerda. Assim, o time teve dificuldades para tramar as jogadas ofensivas, tarefa que sobrou para os volantes e não deu resultado.

O Mogi aos poucos se soltou e aos 14 quase abriu o placar, em chute de Hernane que Luiz mandou a escanteio. Mas, aos 21, não teve jeito. O Azulão vacilou após cobrança de lateral, o Mogi virou a jogada para a direita, René Júnior tocou para Felipe e o meia bateu no canto esquerdo (1 a 0).

Depois de levar o gol, o Azulão saiu um pouco mais. Só que seguiu desorganizado e levou perigo aos 31. Ailton roubou no meio, tabelou com Pedro Júnior, entrou na área, mas bateu em cima do goleiro Anderson. Com a vantagem, o Mogi se fechou para buscar os contragolpes. Teve apenas uma boa chance. Aos 41, Edson Ratinho foi à linha de fundo e cruzou, mas Hernane não chegou a tempo e a zaga afastou.

Logo após o intervalo, Márcio Araújo mexeu na equipe e colocou Alex, Isael e Thiago Silvy. O time se movimentou mais, porém seguiu com dificuldades para superar a marcação. Afoito, errou passes e facilitou a vida do Mogi.

Sem ser pressionado, o Mogi tocou com cautela para garantir o resultado e só levou perigo aos 36. Marcelo Macedo testou sozinho, mas Luiz fez importante defesa e evitou o segundo gol.

Elenco credita derrota ao excesso de cautela

A derrota deixou alguns jogadores do São caetano visivelmente abatidos. O volante Moradei, preferiu não falar com a imprensa. Parecia difícil para o time explicar tamanha apatia diante de um adversário que pouco assustou.

Os que falaram creditaram a derrota ao excesso de cautela com prioridade à marcação. Sobretudo na primeira etapa, o time ficou atrás esperando o Mogi tomar iniciativa para explorar os contra-ataques. O adversário também não arriscou e, em jogada de completa falta de atenção, o Azulão sofreu o gol.

Para o volante Anselmo, o time deveria ter jogado mais solto. "A gente deixou de criar, ficou muito recuado. Nos preocupamos em marcar", analisou o jogador do Palmeiras, que está emprestado até o fim do ano.

O meia Ailton, que atuou no lugar de Geovane, improvisado como atacante, também avaliou ter faltado ousadia ao time. "Cada um precisa chamar mais a responsabilidade para si. Nos preocupamos muito em marcar. O time deles criou pouco. Fizeram o gol e mais nada. Quando fomos para cima, as jogadas apareceram e criamos algumas condições. Por ficarmos muito atrás, quando a gente saía às vezes não aparecia ninguém. Assim fica difícil", comentou o jogador, que fez a primeira partida como titular no ano.