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Conflito armado entre Índia e Paquistão pode começar em dias
Das Agências
31/05/2002 | 17:23
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Os Estados Unidos e seus aliados têm entre uma semana e dez dias para evitar que as tensões atuais entre Índia e Paquistão se transformem em conflito armado, segundo alerta de diplomatas em Nova Déli. Entretanto, alguns analistas avisam que não se pode excluir um "imprevisto" até o final da próxima semana, principalmente se acontecer um atentado antiindiano.

Washington advertiu sobre a presença em ambos países de "elementos irresponsáveis" que poderiam tentar explorar a situação. "Nota-se que a pressão aumenta" em ambos lados, mas a comunidade internacional parece dispor de uma "dezena de dias" para impedir um conflito, avalia um diplomata ocidental em Nova Déli.

Como sinal de sua vontade de "acalmar a situação", o ministro indiano da Defesa, George Fernandes, partiu rumo a Cingapura, onde participa de uma reunião internacional sobre segurança na Ásia e, a não ser que aconteça algum imprevisto, não voltará à Índia até segunda-feira. O primeiro-ministro indiano, Atal Behari Vajpayee, por sua vez, vai deixar Nova Déli rumo a Almaty (Cazaquistão), onde participa na segunda-feira de uma conferência asiática com o presidente paquistanês Pervez Musharraf e o presidente russo Vladimir Putin, que estuda a possibilidade de "encontros separados" para tentar desativar a crise em torno da Caxemira.

Depois, conversará com o subsecretário de Estado americano, Richard Armitage, esperado na próxima quinta-feira em Nova Déli, vindo de Islamabad. Após sua visita, entrará em ação o secretário de Defesa americano, Donald Rumsfeld. "Milhões e milhões de pessoas seriam afetadas por uma guerra na Índia e Paquistão", declarou Rumsfeld nesta quinta-feira e acrescentou que o Pentágono estava disposto a mostrar a ambos estados o que sabe das conseqüências de uma catástrofe nuclear.

Os governos dos EUA, Reino Unido e Canadá já solicitaram que seus cidadãos deixem a região o mais rápido possível. Só continuarão nos dois países, por enquanto, os funcionários mais graduados das embaixadas.

O chefe da diplomacia britânica, Jack Straw, obteve nesta terça-feira em Islamabad compromissos "bastante claros" do general Musharraf sobre o fim de infiltrações de combatentes muçulmanos na parte indiana da Caxemira, segundo meios diplomáticos de Nova Déli. "Como acreditar, se o controle das incursões da parte paquistanesa para a indiana da Caxemira está nas mãos do Exército paquistanês, apoiado pelo ISI (serviços secretos) e outros elementos deste tipo?", questionou o ministro da Defesa indiano.

A questão da "comprovação" do fim das infiltrações no território se tornou motivo de discórdia entre os governos. As pressões sobre o Paquistão são fortes, mas há limites, afirmou um diplomata em Nova Déli. Segundo analistas, os Estados Unidos precisam de Musharraf e não podem pressionar "muito" em relação à Caxemira. Do lado indiano, o governo também enfrenta uma opinião pública indignada com a recente série de atentados e com a presença de tropas na fronteira há cinco meses. Além disso, conclui um diplomata, "não se vê nenhuma perspectiva política", porque a Índia se nega a aceitar qualquer mediação internacional sobre a Caxemira, já que, segundo ele, é parte integrante de seu território.




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