Chefe do Executivo de Diadema, Lauro Michels (PV) anunciou ontem que vai se licenciar do cargo a partir de terça-feira, por período de 90 dias, para se dedicar exclusivamente à campanha eleitoral, em que tentará emplacar sua reeleição.

O afastamento de Lauro passa a contar no primeiro dia permitido pela Justiça Eleitoral para as atividades de propaganda e pedido de voto. Internamente, o objetivo é buscar a reeleição no primeiro turno.

O artigo 78 da LOM (Lei Orgânica do Município) permite que o prefeito se afaste até 90 dias do cargo para tratar de assunto particular, sem a contemplação dos subsídios mensais, no valor de R$ 20 mil.

Durante ausência do verde, o Paço será chefiado pela vice-prefeita Silvana Guarnieri (PSB), cujo mandato é alvo da Justiça. Ela é acusada de crime de improbidade administrativa e teve a função pública anulada pelo juiz André Mattos Soares, da Vara da Fazenda Pública de Diadema, por dirigir empresa privada simultaneamente às atribuições de secretária de Assistência Social e Cidadania em Diadema em 2014. Silvana, que não comanda mais a Pasta, entrou com recurso e pode permanecer na vaga até que o caso seja julgado pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).

“Para não ter problemas jurídicos estou me licenciando para lisura do processo”, justificou Lauro, sem dar mais detalhes sobre o afastamento, uma vez que o período solicitado ultrapassa inclusive a data do segundo turno eleitoral, que ocorrerá em 30 de outubro.

O projeto para tentar garantir a reeleição de Lauro deve provocar outras cinco alterações no primeiro escalão. O período, porém, será menor em relação ao do chefe do Executivo. Comenta-se que os gestores devam antecipar férias para setembro, usufruindo 30 dias para atuação na campanha. Praticamente certos estão os afastamentos de Francisco José Rocha (PSDB), titular de Finanças, Regina Gonçalves (PV), secretária de Governo e Assistência Social e Cidadania, e de José Carlos Gonçalves (PPS), chefe do setor de Transportes. Os titulares de Habitação, Eduardo Monteiro, e de Defesa Social, Eduardo José Felix, podem se licenciar.

REGIÃO
O afastamento de Lauro do comando do Paço em Diadema repete, até o momento, somente postura do chefe do Executivo de Mauá, Donisete Braga (PT), que confirmou licença da Prefeitura a partir do fim do expediente de hoje. Ele, no entanto, não informou o período de licença. Os prefeitos de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB), e de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB), comunicaram que permanecerão em suas funções e que pedirão votos após horário de trabalho e aos fins de semana. O chefe do Paço de Santo André, Carlos Grana (PT), também revelou que permanecerá no cargo, mas admite estudo para eventual afastamento.