Política Titulo Santo André
Empresários antecipam pressão para evitar aumento de salário dos vereadores

Setembro será o prazo final para que a Câmara vote o reajuste

Vitória Rocha
Especial para o Diário
12/08/2016 | 07:00
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Aproximadamente 20 representantes do grupo ABC Mais Empreendedor, que abrange nove entidades empresariais, fizeram protesto ontem durante a sessão da Câmara de Santo André para exigir que os vereadores não aumentem seus próprios salários.

A proposta de reajuste de até 26,3% no vencimento dos parlamentares entrou em discussão em junho e o prazo final para que seja aprovada é setembro. Se o projeto for avalizado, o holerite dos vereadores subirá dos atuais R$ 15.031 para R$ 18.991, ocasionando um impacto de R$ 997,9 mil em um ano e R$ 3,9 milhões durante todo mandato. Quando foi apresentada, há dois meses, havia movimentações nos bastidores para que a proposta fosse aprovada antes do período eleitoral.

Irritados com a manifestação, vereadores pediram que o presidente do Legislativo, bispo Ronaldo de Castro (PRB), antecipasse a fala do presidente das organizações, Antonio Carlos Henriques, 63 anos, presidente do Sipan (Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de Santo André).

“Todos estamos pagando altíssimo pelo aumento dos impostos, então pedimos que pensem bem antes de aumentar os próprios salários. Um vereador não pode achar que está livre de tudo e de todos. O senhor rasgou não só uma carta, mas a democracia. Isso é inadmissível”, disse Henriques, exaltado, referindo-se ao fato de o parlamentar Luiz Alberto (PT) ter despedaçado a nota aberta enviada pelas entidades há dois meses.

Logo em seguida, o petista rebateu. “Fui eu mesmo quem rasgou a carta e não tenho nenhum problema em admitir isso. Eu fui eleito pelo povo e só posso ser cobrado por ele. Nós, vereadores, estamos indignados em receber uma carta sobre algo que nem foi discutido”, disse, em meio a interrupções da plateia.

Ronaldo de Castro negou ontem que a matéria esteja sendo debatida. “Se fosse para dar aumento, teríamos de cortar todos os cargos da Câmara. Não tem sentido, nem discutimos nada nesse sentido”, explicou, incomodado.  




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