Política Titulo Funcionalismo
Eleição em S.Bernardo emperra CPI do Imasf

Parte da oposição se une ao governo Marinho para brecar instalação de inquérito no Legislativo

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
11/08/2016 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Com a estratégia de evitar aproveitamento político às vésperas da eleição, os vereadores da base de sustentação ao governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), com a ajuda de parte dos integrantes da oposição, congelaram pela segunda semana consecutiva o início efetivo da CPI do Imasf (Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo). A sessão de ontem no Legislativo tinha a expectativa pelo começo dos trabalhos de apuração de denúncias na autarquia municipal, obedecendo determinação da Justiça, mas acabou prejudicada pela ausência constante dos parlamentares dentro do expediente que oficializaria integrantes da comissão.

O objetivo da investigação é analisar os motivos pelos quais houve rombo financeiro no Imasf, responsável pelo gerenciamento do plano médico dos 20 mil servidores.

A condução dos trabalhos no Legislativo causou revolta a grupo de servidores que fiscaliza o Imasf. Perto de 30 pessoas, que acompanhavam os trabalhos, deixaram o plenário após quinta suspensão da sessão por falta de quórum parlamentar, proferindo vaias e gritos de “vergonha”. Muitos dos vereadores deixaram o plenário, evitando falar com a imprensa, diferentemente de sessões habituais.

Em agosto do ano passado, o oposicionista Pery Cartola (PSDB) emplacou pedido de CPI na Casa colhendo a assinatura de dez parlamentares – um terço do Legislativo –, conforme prevê a Constituição. Porém, sem conseguir êxito no avanço dentro da Câmara, ele acionou Justiça, que acatou representação e determinou instauração imediata da apuração. Na semana passada, a CPI foi oficialmente aberta, mas não houve a indicação oficial de cada sigla para comissão.

“Estou sentindo falta de vontade política. E é uma questão muito importante. Vale ressaltar que 50 mil vidas, direta e indiretamente, dependem da assistência médica. Vejo com muita tristeza o não cumprimento de uma decisão judicial”, contestou Pery. O oposicionista acrescentou que pretende recorrer à Justiça nos próximos dias para garantir início da apuração. “O que pedi para minha assessoria jurídica é para que adicionar registros da sessão de hoje (ontem). A Justiça precisa ser comunicada, já que se passaram duas sessões e a CPI não teve avanço”, complementou.

Presidente da Câmara, José Luís Ferrarezi (PT) relatou “frustração” com condução dos trabalhos, citando que o fator eleição “influenciou”. “Trabalhei a todo momento para ter quórum parar complementar o que falta para a CPI, que já está instaurada. Porém, para o início efetivo precisa ter a indicação de todos os partidos. Isso (ausências) precisa ser perguntado aos vereadores. Essa presidência fez de tudo para que fosse cumprido regimentalmente o exigido. Só que a vontade é da maioria do coletivo, e eles se ausentaram. Eu notei hoje (ontem) que a eleição começou a influenciar. Espero que isso não comprometam as sessões futuras”, destacou. 




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