Um dia depois de o Diário mostrar que a Prefeitura de Mauá aceitou continuar pagando preço acima do praticado no mercado na aquisição de almôndega destinada à merenda escolar, a futura fornecedora reduziu o valor do produto. Declarada vencedora da licitação realizada na segunda-feira pelo Paço, a Jade AZ Comercial Eirelli diminuiu o preço do alimento de R$ 20,03 para R$ 17,90 – quantia 10,63% mais em conta que a proposta inicial.

O novo valor, segundo a companhia, foi estabelecido no processo de recomposição dos preços. Ou seja, a Jade AZ alega que, como o lote no qual está inserida a almôndega (carne bovina) teve de ser renegociado durante o pregão presencial, os valores foram reduzidos. Durante o certame, a empresa também teve de fazer lances mais baixos em outros três lotes (aves, carne suína e peixes). O contrato ainda não foi homologado.

Proprietária da Jade AZ, Juliana Maciel Assunção sustentou que a empresa não apresentou ofertas mais atrativas porque “não tinha conhecimento” de que o certame não atrairia um segundo interessado. A equipe do Diário esteve na sede da firma, na Vila Anastácio, na Zona Oeste da Capital, e verificou que a companhia terceiriza o fornecimento dos alimentos. A Jade AZ compra os produtos de diversas fabricantes e entrega às prefeituras. Juliana negou que o valor comercializado do produto seja superfaturado e alegou que a terceirização e o fato de o alimento ser assado que majoram o preço.

“Além do custo do produto, temos o custo de frete, mão de obra (para recebimento e distribuição), motorista e um acompanhante para entrega e o gasto com combustível. Tudo isso é calculado”, justificou Juliana. Ela apresentou nota fiscal de compra junto à JBS-Friboi – empresa da qual ela adquire as almôndegas –, cujo valor pago em junho pelo quilo do alimento foi de R$ 16,10.

Com o desconto, a Jade AZ receberá pelas 4,08 toneladas de almôndega fornecidas à Prefeitura R$ 73.032 – deixará de lucrar R$ 8.690,40. Se assinar o contrato com o Paço, a empresa receberá ao todo, pelos quatro lotes, R$ 1,5 milhão para fornecer alimentos às escolas municipais de Mauá durante um ano.

Juliana disse que ficou sabendo pelo Diário que o representante da sua firma, Abimael Vellozo Cesar, era dono de outra firma, a Rodriza Comercial e Distribuidora de Produtos em Geral Ltda. “Eu cogitei demiti-lo, mas ele explicou que a empresa está inabilitada”. Na Junta Comercial, no entanto, a Rodriza continua ativa.