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PMDB articula-se
para conquistar Paços
Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
10/03/2011 | 07:09
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Os diretórios municipais do PMDB no Grande ABC (onde a sigla não detém nenhuma das sete prefeituras) seguirão à risca a determinação da executiva estadual do partido, que pretende ver nas urnas de todas as 645 cidades paulistas candidatos a prefeito ou a vice pela legenda nas eleições do ano que vem. O direcionamento peemedebista vem poucas semanas após o anúncio do PSDB paulista de que terá pleiteante ao Paço de todos os municípios com mais de 100 mil habitantes.

O direcionamento integra nova estratégia do PMDB de São Paulo, que desde janeiro está sob comando do deputado estadual Baleia Rossi, ligado ao vice-presidente da República, Michel Temer. O processo de renovação foi acelerado devido à morte, em dezembro, do ex-governador Orestes Quércia, que capitaneava a executiva estadual. Temer e Quércia lideravam internamente grupos distintos, com o primeiro avalizando alianças com o PT na esfera federal e o segundo com o PSDB paulista.

"Vivemos momento de reestruturação. E a determinação (de ter candidato do partido a todas as prefeituras) é algo que transmite este período", considera a deputada estadual e coordenadora regional do PMDB, Vanessa Damo.

A parlamentar é tida como candidata natural da sigla para concorrer à Prefeitura de Mauá em 2012. Ela garante que o PMDB terá candidato próprio a prefeito em seu domicílio eleitoral e em outras três cidades da região: Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra (ambas onde exerce forte influência) e em São Caetano.

No município comandado por José Auricchio Júnior (PTB), o PMDB busca com ainda mais ênfase a renovação dos quadros. Baleia Rossi já comentou que a intenção do partido é a de interagir com lideranças tradicionais, sem desprestigiar figuras históricas da legenda. Assim, a possibilidade de rompimento com o governo municipal aumenta para prover outra alternativa. Entre os nomes citados nos bastidores para encabeçar chapa majoritária peemedebista, aparecem os dos vereadores Paulo Bottura (PTB) e Gilberto Costa (PP).

"Tudo será feito mediante discussão ampla dos diretórios. Não é nada imposto, mas que está tomando corpo e será viabilizado com calma", destaca Vanessa.

A deputada cita os vereadores Tunico Vieira e Gilberto França como eventuais candidatos à Prefeitura de São Bernardo. Tunico, militante há 20 anos no PMDB e ligado a Michel Temer, sai na frente do colega, que mantinha boas relações com Quércia.

Em Diadema, o nome para a disputa tenderia a ser o da vereadora em sexto mandato Cida Ferreira. "É nossa grande liderança no município", analisa Vanessa. Cida, no entanto, não garante que o diretório de Diadema cumprirá a ordem da estadual. De acordo com ela, o partido está se fortalecendo e buscando lideranças para engordar as opções da legenda e só vai definir a postura "lá na frente". "Tudo o que se diz agora é especulação", pondera a vereadora, que pertenceu à ala quercista do partido.

Em Santo André o PMDB briga para compor a chapa do prefeito Aidan Ravin (PTB), que tentará a reeleição.

 

PTB e PV possuem metas e orientações peculiares

 

PTB e PV, partidos que ocupam juntos o comando de três prefeituras do Grande ABC, não possuem determinação das executivas estaduais para as eleições municipais do ano que vem. Há, no entanto, metas e orientações peculiares.

No PTB a expectativa é a de fazer 100 prefeitos. Dos 63 atuais, os que comandam as cidades mais importantes são justamente José Auricchio Júnior (São Caetano) e Aidan Ravin (Santo André). Os demais ocupam os cargos em cidades pequenas - a exceção é em Presidente Prudente.

Já segundo a presidente do PV de São Bernardo, Vera Motta, há orientação das executivas nacional e estadual do partido para lançar candidaturas a prefeito em cidades com mais de 500 mil habitantes - da região somente Santo André e São Bernardo se enquadram na norma. A sigla comanda hoje a Prefeitura de Ribeirão Pires, com Clóvis Volpi.

 

Petista ironiza: ‘São de pouca tradição'

 

As determinações das executivas estaduais do PMDB e do PSDB foram ironizadas pelo coordenador da Macro PT ABC, Humberto Tobé. Para o dirigente, as estratégias se dão em virtude da baixa representatividade das legendas no Grande ABC. Enquanto o PMDB não tem nenhum prefeito na região, o PSDB tem o governante de Rio Grande da Serra, Adler Kiko Teixeira.

 "São dois partidos de muito pouca tradição na região e que por isso precisam destas determinações", alfinetou Tobé, se valendo de o Grande ABC ser o berço político do PT, legenda que possui mais prefeitos na região: três - Luiz Marinho (São Bernardo), Mário Reali (Diadema) e Oswaldo Dias (Mauá).

O histórico das eleições municipais conta a favor do petista. Em 2008, o PT foi o único partido que lançou candidato próprio aos Executivos das sete cidades. Além do trio vencedor, Vanderlei Siraque (Santo André), Jayme Tortorello (São Caetano), Mário Nunes (Ribeirão Pires) e Carlos Augusto César, o Cafu (Rio Grande da Serra) concorreram pela legenda.

"Não temos determinação, mas sim a tradição de termos candidatos próprios desde a nossa fundação. Esta é uma prerrogativa nossa", exalta Tobé, ao atentar para a possibilidade de a executiva estadual apresentar posição semelhante à de PMDB e PSDB. "Se vier resolução, será apenas para flexibilizar as candidaturas. Elas já estão garantidas", considera.

 

TUCANOS

No fim de janeiro, a executiva estadual do PSDB determinou o lançamento de candidaturas a prefeito nos municípios paulistas com mais de 100 mil habitantes. A ordem, contudo, dificilmente será seguida em São Caetano, onde o partido integra a base de sustentação ao prefeito, José Auricchio Júnior. Além disso, carece de nome com potencial para a disputa.




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