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Escuta telefônica aproxima ainda mais Paulinho de esquema
15/06/2008 | 07:06
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Um grampo capturado no dia 23 de janeiro deste ano, durante as investigações da Operação Santa Tereza, pode complicar ainda mais a situação do deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP).

A prova é apontada pela Polícia Federal como novo elo entre o parlamentar e a suposta organização criminosa que operava desvios de verba do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Na gravação, dois dos réus da Santa Tereza discutem quem "é o chefe que define os percentuais". Para os federais, "o chefe" é Paulinho.

A PF crava a informação ao cruzar o conteúdo da gravação com o interrogatório do coronel Wilson Consani Júnior, realizado no dia 24 de abril. Na ocasião, o coronel afirmou: "Paulinho é o nosso chefe maior". Há quatro dias, Consani compareceu à Justiça Federal. Apesar de seu depoimento ter sido remarcado para o dia 23 deste mês, reafirmou: "O chefe é mesmo o Paulinho, é o tratamento que dávamos a ele".

INVESTIGAÇÃO - Os réus pegos no grampo são Jamil Issa Filho - assessor do prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB) - e o dono do prostíbulo WE Original, Manuel Fernandes de Bastos Filhos, o Maneco, até hoje foragido.

No entanto, eles ainda não haviam sido tão fortemente ligados ao parlamentar. Contudo, para os federais, quando Maneco fala com Issa a respeito da verba do BNDES para Praia Grande, o acusado está falando de Paulinho.

De acordo com a Polícia Federal, o deputado receberia R$ 256.547,13 pelo empréstimo de R$ 123 milhões do banco estatal à Prefeitura paulista. O valor foi encontrado em planilha na sede da Progus Consultoria, empresa de Marcos Mantovani, também réu da Santa Tereza.

Para os policiais, a Progus atuava como mediadora entre as operações de empréstimo e os agentes políticos envolvidos no esquema. É o que Mantovani descreve, em e-mail capturado por peritos, como "um esquema de parceria típica de negócios e política".

CONTESTAÇÃO - O advogado de Paulinho, Antonio Rosella, afirma que as acusações são absurdas e que as citações a seu nome não significam que ele esteja envolvido no esquema do BNDES.

O defensor critica ainda o que denomina de "grampolândia".




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