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Passarella chega e diz que acerto está próximo
Do Diário OnLine
Com AE
02/03/2005 | 18:59
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O técnico argentino Daniel Passarella chegou nesta quarta-feira a São Paulo e afirmou que um acerto com o Corinthians está muito próximo. Ele se reunirá com para com o representante da MSI no Brasil, o iraniano Kia Joorabchian, para negociar alguns detalhes que, segundo o próprio treinador, ainda não estão certos. Segundo o jornal argentino Olé, será a terceira reunião entre Passarella e o clube.

Escoltado por seguranças contratados pela MSI, Passarella distribuiu autógrafos disse que sua contratação deverá ser oficializada apenas nesta quinta-feira. "A chance de eu treinar o Corinthians é muito próxima. Ainda restam alguns detalhes que vamos conversar. Amanhã (quinta), neste horário, já devemos ter acertado tudo", disse.

De acordo com o Olé, no primeiro encontro, ocorrido no fim de dezembro, a MSI teria oferecido ao argentino um cargo de assessor internacional, mas ele recusou. Em janeiro, Kia voltou a insistir na proposta, antecipando que Passarella assumiria em junho, quando Tite saísse. Mas os maus resultados no Campeonato Paulista adiantaram as conversações.

Citando uma fonte próxima a Passarella, o jornal diz que o argentino já está apalavrado com Kia. "Este rapaz (Kia), cada vez que prometeu algo, cumpriu. Anunciou Tevez e o levou. A Domínguez e o contratou. E agora ocorre o mesmo com Daniel", disse.

Autonomia - Passarella só aceita vir ao Corinthians se tiver total autonomia para comandar e montar a equipe. O ex-zagueiro campeão do mundo em 1978 conversou durante todo o dia de terça-feira com Kia e insistiu não só em um altíssimo salário como também neste ponto: se recebesse a garantia de que não haveria interferência em seu trabalho, admitiria aceitar o cargo.

A exigência de Passarella se justifica após o episódio que teria servido como decisivo na demissão do antigo técnico. Após a derrota para o São Paulo, por 1 a 0, domingo, o iraniano entrou nos vestiários do time, alterado, bravo com a atuação da equipe. Teria feito reclamações, em inglês, a Paulo Angioni, diretor da MSI. O dirigente tentou acalmá-lo, mas a rispidez do executivo acabou chamando a atenção dos jogadores. Tite se sentiu ofendido, pediu (em português) calma ao novo homem forte do clube e acabaram discutindo.

Especulou-se que Kia teria ficado irritado por Carlos Tevez não ter sido o escolhido para cobrar o pênalti desperdiçado pelo lateral Coelho, que empataria o clássico do Morumbi já no final da partida. Angioni e o diretor de Futebol, Andrés Sanchez, negam esta versão. “Vocês que conhecem futebol sabem que quem treina é quem bate”, disse Sanchez ao lembrar que Coelho é o cobrador oficial corintiano.

Ambiente doméstico – A família do técnico Tite, que no fim do ano passado foi contra a prorrogação de contrato com o Corinthians, ficou sabendo por telefone a notícia de sua demissão. “Eu fui peitar o Kia e deu nisso”, disse o treinador ao pai, Genor, na noite de segunda. O irmão, Ademir Bachi, tinha receio, desde a consolidação da parceria do clube com a MSI, do que seria a convivência do treinador com o iraniano. “Várias vezes o Tite mostrou esse temor também, sabia que teria problemas”, contou.

Kia não queria o gaúcho no cargo, mas teve de aceitá-lo porque Vanderlei Luxemburgo, o preferido, recusou a oferta, e também porque nenhum outro dos procurados, aceitou a missão. “Se o Tite chegou ao ponto de discutir com o Kia é porque não agüentava mais a situação. Ele não aceita nenhum tipo de palpite em seu trabalho”, disse o irmão.

Tite deu sua primeira entrevista após a demissão na manhã de terça-feira e confirmou que houve sim a discussão com Kia. “Teve conflito, sim. A princípio, não foi direto comigo, mas acabei puxando para mim. A dignidade profissional e o vestiário após o jogo são territórios sagrados, um local de sentimento”, explicou o ex-treinador do Corinthians.

Um detalhe chamou a atenção após o anúncio da demissão. O novo contrato com Tite, em vigor desde dezembro, jamais foi registrado. “Era apenas verbal”, confirmou o diretor de Futebol, Andres Sanchez. “Mas ele vai receber tudo o que tem direito”, explicou.




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