Reciclagem e eliminaçao de resíduos fazem parte do Projeto Sinergia, uma iniciativa conjunta do Pólo para reduzir custos e racionalizar operaçoes como transporte, assistência médica, alimentaçao e tudo o que for viável se fazer em grupo, no caso aquele formado por Petroquímica Uniao, Unipar, OPP, Polibrasil, Oxiteno, Cabot, Chevron e Solvay (esta última fica fora da área do pólo, mas está no projeto por fazer parte da cadeia produtiva do plástico na regiao).

De acordo com Vanderlei Retondo, gerente de Recursos Humanos da Unipar e coordenador do grupo de Deposiçao de Resíduos do Pólo, o programa está em fase de levantamento de dados. "Estamos conhecendo o que cada empresa produz de resíduos, como coletá-los e dar destino a todos os materiais, além de pensar na forma de fiscalizaçao dos serviços terceirizados para esta finalidade. Todo esse estudo deve demorar entre 30 e 60 dias", afirmou.

Hoje, esse trabalho no pólo é incipiente. Somente a OPP faz a reciclagem de materiais (veja matéria abaixo). No conjunto, as oito empresas devem gerar pelo menos 200 itens diferentes com potencial para reciclagem ou destinados ao descarte.

Sao sobras de restaurante, entulho de obras, madeiras de embalagem, papel de escritório, lixo hospitalar e resíduos industriais. Para cada um desses itens, é preciso pensar em coleta e destinaçao específicos, o que seria irracional se nao fosse feito em conjunto pelas indústrias de plástico.

Somados os resíduos de todas as empresas, cria-se a escala necessária para viabilizar a destinaçao adequada para cada tipo de material. "Nao adianta juntar 20 seringas descartáveis em uma empresa e criar um incinerador só para elas. Vale mais a pena ficar juntando-as por um período para depois entregar tudo a uma prestadora de serviço que encontrará um lugar para queimá-las. Se juntarmos as seringas de todo o pólo, aí compensa pensar em uma destinaçao por aqui mesmo e reduzir custos, além de beneficiar o meio ambiente", disse Retondo.

A fase mais complexa do programa de reciclagem é a que envolve os resíduos industriais do plástico do pólo. Sao eles que têm a maior reciclabilidade, mas exigem mais investimentos. Retondo afirmou que a comissao que encabeça está à procura de empresas que tenham capacidade tecnológica e gabarito ambiental para reaproveitar o que sai das máquinas do pólo, mas que ela ainda nao foi encontrada. "Se nao houver, as oito empresas desenvolverao essa usina", disse ele.

Em fase mais adiantada está a coleta de resíduos nao-industriais. Segundo Retondo, estuda-se uma parceria com entidade assistencial para gerar empregos no serviço de coleta seletiva.

Materiais como sobras de restaurante e entulho de obra seriam colhidos pelos prestadores de serviço e, nesse ponto, entraria mais uma parceria: com a Prefeitura de Santo André. "Ela já está adiantada nos estudos de reciclagem e deposiçao de resíduos e pode nos ajudar a transformar restos de comida em adubo e entulho em material de construçao, por exemplo."

Essa participaçao do poder público é fundamental em qualquer projeto de reciclagem. Em nível estadual, por exemplo, estar afinado com o órgao competente, a Cetesb, garante elucidar as dúvidas que surgem das imprecisoes da legislaçao. "É preciso criar as leis, mas também mostrar como cumpri-las. Por isso é importante estarmos afinados com Prefeitura e Estado", concluiu.