Às vésperas do clássico entre Argentina e Uruguai, amanhã, às 19h15, em Santa Fé, pelas quartas de final da Copa América, a principal estrela do torneio continental resolveu se abrir. Habitualmente arredio às entrevistas, o astro Lionel Messi aproveitou a concorrida coletiva de imprensa, no CT de Ezeiza, em Buenos Aires, para falar aos jornalistas. Como sugere a cartilha dos popstars, o meia chegou pelo menos uma hora e meia atrasado ao auditório.

TIMIDEZ

Messi não tinha como disfarçar a timidez que o caracteriza desde os tempos em que atuava nas categorias de base do Barcelona. Ele subiu muito na carreira, mas o comportamento é o mesmo.

É como se o melhor do mundo, segundo escolha da Fifa, não tivesse a noção daquilo que representa no meio do futebol do planeta. O semblante fechado é a marca do supercraque, a quem consideraram o cérebro dos 3 a 0 sobre a Costa Rica."Estamos felizes. Agora, vamos pensar no Uruguai. Será muito difícil", prevê Messi, que assume jamais ter sentido as pressões daqueles que sempre cobram dele a mesma eficiência revelada no Barcelona. "Nunca me preocupei e nunca vou me preocupar", avisa.

A cara fechada cedeu lugar a sorrisos no momento em que Messi, ao não compreender a uma das perguntas de um repórter inglês, entregou o microfone ao lateral Zabaleta para que o amigo respondesse. Depois, ficou sem graça e de cabeça baixa ao escutar o colega elogiá-lo pela importância do camisa dez na seleção argentina.

Segundo Messi, as vaias recebidas no empate diante da Colômbia, em Santa Fé, não desestabilizaram a equipe nacional. "Aconteceu assim porque todos fomos mal naquele jogo. O que passou, passou. Atualmente, precisamos focalizar o próximo desafio", alerta Messi, atento às dificuldades contra os uruguaios.