Idosos, jovens e crianças. Foi assim que começou o Carnaval em Paranapiacaba, com o Baile das Máscaras, no tradicional Clube União Lyra-Serrano, ontem. A parceria entre moradores da região e a Prefeitura reavivou a festa pelo terceiro ano seguido. A animação ficou por conta da banda Lira de Santo André, que embalou mais de 60 marchinhas.

Alguns dos quase 700 foliões que passaram pelo Lyra-Serrano recordaram os bailes das décadas de 1960 e 1970, conhecidos como Carnaval do Gigante de Madeira - alusão ao nome do clube. Dona Rosa Maria Francisca de Freitas, 62 anos, recordou que foi graças ao baile que se casou com Joaquim Roberto Paes de Freitas, 60, há 42 anos.

"Nós éramos amigos, e ele sempre foi muito tímido e nunca gostou muito de Carnaval. Mas em um ano, quando voltou do Exército, estava de farda e eu era louca por um homem de farda. Foi então que incentivei a participar do baile de Carnaval e ele aceitou", contou.

A história serviu de inspiração para os jovens, que não pararam de dançar ontem. O estudante José Dário, 18, entrou no clube solteiro e tinha esperança de sair acompanhado. "Quem sabe não consigo uma namorada? Estou disponível. Se pintar, estou aberto a propostas", brincou o folião, que venceu o concurso de melhor máscara.

Responsável pela festa dos foliões, o maestro da Banda Lira, Claurício Cypriano, destacou o momento de alegria vivido pelo grupo ao se apresentar em Paranapiacaba. "Nesses três anos, que estamos tocando aqui, ficamos ansiosos para chegar o Carnaval."

Segundo o secretário de Esporte, Cultura, Lazer e Turismo, Carlos Roberto Panini, o objetivo é resgatar o baile com as marchinhas. "Existe uma carência de festa deste porte aqui no Grande ABC", frisou o secretário, que tocou cavaquinho na banda. "Estou aprendendo ainda. Foi apenas para dar uma força", brincou.

As festividades terminam hoje com o Bloco das Bruacas, grupo de homens que se vestem como mulheres.