Fim de novela: as atuais lideranças do modelo empresarial do Santo André vão comandar o futebol do clube até 2013, no encerramento do mandato do presidente Ronan Maria Pinto e do vice Romualdo Magro Júnior. Os dois colocaram os respectivos cargos à disposição dos acionistas na assembleia de ontem à noite nas dependências do Jaçatuba. No entanto, os participantes do encontro não aceitaram as renúncias de dois personagens que se transformaram no alvo das principais polêmicas dos bastidores desde o terceiro rebaixamento consecutivo.

"Colocamos os três descensos como argumentos para que outras pessoas pudessem assumir nossos cargos. Não queríamos interromper a nossa luta. Não faríamos isso. Só pretendíamos trocar de comando para que não nos acusassem de continuísmo. Não concordaram. Portanto, a vida segue em nome da instituição Santo André", justificou Romualdo ao fim da reunião de aproximadamente duas horas.

"Agora, vamos planejar o futuro atentos à Série C do Campeonato Brasileiro. É preciso encarar os desafios da volta do time às divisões que poderão nos recolocar tanto na elite nacional quanto na estadual. Temos consciência dos problemas que nos aguardam, mas não há como recuar. Todos me pareceram receptivos. Mantivemos um diálogo pacífico", disse o vice, ao citar os principais trechos dos debates fechados aos jornalistas e aos poucos integrantes da Fúria Andreense, que já compareceram na tentativa de entregar o comunicado redigido pela influente torcida organizada a respeito de uma das crises da história mais recente do Santo André.

"Aqui estamos para nos manifestar pacificamente, mas não fomos recebidos", reclamou o líder da Fúria, Renato Ramos, depois de apoiar a permanência de Ronan e Romualdo. "Apesar dos erros que cometeram, seria muito pior sem eles. A gente já sabia que eles não seriam capazes de nos deixar. Vamos ver se aprenderam as lições das falhas que nos derrubaram", desabafou Renatinho, um dos críticos da gestão Ronan-Romualdo.

Ronan Maria Pinto preferiu transferir o relato ao vice da Saged. "Só diria que precisamos nos unir para que o Santo André esteja acima de tudo", afirmou ele. O presidente do conselho de cotistas, Jairo Livolis, saiu do local apressado. O comandante do social, Celso Luiz de Almeida, também evitou declarações. "Comentar o quê, se nada aconteceu", desconversou.