Economia Titulo Pela internet
Compras coletivas
movimentam R$ 1,6 bi

Vendas de cupons apenas no ano passado superam em
6 vezes o total comercializado no ano de estreia, em 2010

Soraia Abreu Pedrozo
do Diário do Grande ABC
21/02/2012 | 07:05
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Prestes a completar dois anos, o mercado das compras coletivas faturou em 2011 cerca de R$ 1,6 bilhão, segundo estimativas do InfoSaveMe e da e-bit. O levantamento será divulgado oficialmente nos próximos dias. O montante é 644,1% maior do que o comercializado em 2010 - a modalidade deu seus primeiros sinais no Brasil em março daquele ano, sendo o Peixe Urbano seu precursor.

As vendas do ano passado, de R$ 1,6 bilhão, correspondem a 9% de tudo o que foi comercializado por meio da internet em 2011, aproximadamente R$ 18 bilhões.

Quanto ao número de sites ativos (aqueles que têm pelo menos uma nova oferta por semana), no fim de 2010 havia cerca de 200, enquanto que, em dezembro, eram 867 - alta de 333,5%.

Boa parte dessa expansão foi impulsionada pelo comércio de produtos, a exemplo de eletrônicos e perfumes, que têm maior valor agregado, e não somente de serviços, como idas a restaurantes ou sessões de estética, geralmente mais baratos.

Os produtos começaram a se popularizar entre os sites de compras coletivas no ano passado e, no último trimestre, grandes varejistas decidiram participar, dando descontos para desovar estoque e trocar de linha. "Essas empresas enxergam a compra coletiva como ferramenta de marketing, ou seja, como divulgação e canal de vendas. É um meio mais barato do que recorrer à mídia tradicional para anunciar esses itens", contextualiza Guilherme Wroclawski, fundador do SaveMe (espaço que reúne ofertas de outros sites) e diretor do grupo BuscaPé.

Wroclawski explica que esses fatores mudaram o perfil do segmento. "Hoje não se vê mais ofertas com número mínimo de pedidos para que ela seja válida. Por isso, estamos chamando o setor de mercado de cupons, e não mais de compras coletivas. É o segmento das oportunidades."

Dessa forma, o faturamento da atividade teve seu auge em 2011. Aliado a isso, foi também no ano passado que as ofertas de pacotes de viagens com desconto passaram a ser as vedetes desses sites.

RECLAMAÇÕES - Na mesma velocidade em que cresceram as vendas de cupons de desconto, aumentou também o número de reclamações. Dados do Procon-SP mostram que no ano passado foram registradas 1.064 queixas contra os quatro principais sites do ramo: Groupon, Peixe Urbano, Click On e Groupalia. Em 2010, as mesmas empresas somavam 36 notificações.

Se o órgão de defesa do consumidor decidir por autuar a companhia, a multa varia de R$ 600 a R$ 6 milhões. Dentre os motivos mais comuns está o fato de o internauta comprar um cupom e não conseguir agendar data para utilizá-lo. Ou, ainda, o item demorar tempo acima do previsto para ser entregue. "Normalmente isso ocorre por falta de atenção do site, que não observa as normas de defesa do consumidor, que estão postas há 20 anos. Porém, as pessoas hoje são muito atentas, e a consequência natural é o aumento das reclamações", diz Andrea Sanchez, diretora de programas especiais do Procon-SP.

Para Wroclawski, os problemas cresceram porque esse "é um mercado com barreira de entrada muito baixa, o que propiciou a entrada de novos empreendedores, que não souberam adequar a oferta à demanda e, muitas vezes, ofereceram tratamento diferenciado ao cliente do cupom".

Agora, segundo ele, esse segmento está se profissionalizando e intensificando os cuidados com os parceiros.

 

 

 

 




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